Diário de São Paulo
Siga-nos
Medo

Bactéria 'devora' carne e mata pessoas ao se espalhar em praias, alertam cientistas

Estudos indicam que casos da doença aumentam conforme as mudanças climáticas

Estudo afirma que 1.100 pessoas foram infectadas com a bactéria e 159 morreram entre 1988 e 2016 nos EUA - Imagem: reprodução/Mirror
Estudo afirma que 1.100 pessoas foram infectadas com a bactéria e 159 morreram entre 1988 e 2016 nos EUA - Imagem: reprodução/Mirror

Mateus Omena Publicado em 12/04/2023, às 12h31


Uma "bactéria carnívora" que mata um em cada cinco infectados está se espalhando rapidamente pelos mares e se infiltrando em praias populares à medida que as temperaturas esquentam.

Chamada como 'Vibrio vulnificus', a bactéria rara é encontrada em águas rasas e quentes acima de 64°C, pode infectar um corte ou picada de inseto durante o contato com a água do mar.

O estado da Flórida (EUA) registrou 65 casos em 2022, o dobro dos anos anteriores, com infecções crescendo de 10 para 80 por ano nas últimas três décadas, informou o jornal Mirror.

Por outro lado, cientistas apontam que as infecções aumentam devido ao aquecimento dos mares, como efeito das mudanças climáticas. Segundo um estudo publicado na revista Scientific Report on Nature.com, houve 1.100 pessoas infectadas com a bactéria e 159 mortes entre 1988 e 2016 nos EUA.

No entanto, agora, a mesma pesquisa afirma que os casos estão chegando até o estado de Massachusetts e podem chegar a Nova York na próxima década.

Ao USA Today, William Schaffner, especialista em doenças infecciosas da Universidade Vanderbilt, explicou: "Os casos costumavam se concentrar quase exclusivamente no Golfo do México, no sul dos Estados Unidos. O patógeno bacteriano causa diarreia aquosa, bem como cólicas abdominais, náuseas, vômitos, febre e calafrios. Também pode levar à morte, pois 18% das pessoas com a bactéria morrem devido ao vírus carnívoro”.

Um levantamento da Universidade de East Anglia estima que cerca de 80 mil americanos sejam infectados com a bactéria a cada ano. No entanto, espera-se que o número seja muito maior.

“O Vibrio tem sido considerado um barômetro da mudança climática porque é tão sensível às condições ambientais que nos dá algumas indicações de quais são os impactos das mudanças climáticas”, disse Iain Lake, principal autor do estudo e professor de ciências ambientais da instituição.

Compartilhe  

últimas notícias