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COLUNA

Israel e a luta pelo Direito

Benjamin Netanyahu. - Imagem: Reprodução | Facebook
Benjamin Netanyahu. - Imagem: Reprodução | Facebook

Rodrigo Sayeg Publicado em 22/02/2023, às 08h13


A luta pelos direitos não tem endereço ou limite territorial. Estou essa semana em Jerusalém, Israel. Terra na qual vários dos eventos mais marcantes da humanidade ocorreram. Acabo de chegar nesta terra nova, recepcionado em um aeroporto que foi construído para parecer antigo, porém altamente tecnológico.

E assim que chego me deparo com as ruas fechadas, várias pessoas andando e reivindicando; e, bandeiras desta nação para todos os lados.

Eu e um grupo de brasileiros fomos parar no meio de um dos protestos mais significativos da história deste país. A história deste protesto começa com a eleição de Benjamin Netanyahu, como Primeiro-Ministro da nação de Israel.

Este primeiro-ministro, em seguida, apresenta como uma de suas propostas, apoiado por sua bancada de radicais, um projeto de mudança do Poder Judiciário. Suas intenções: o enfraquecimento deste poder, permitindo que ele seja mais bem controlado pelo Parlamento, assim como que ele não tenha mais poder de declarar dispositivos normativos incompatíveis com as "leis base".

Qual que é a razão da revolta? Na cabeça do povo israelense é justamente que está a se atentar contra a democracia.

Conforme narrado pelo Israel Times, esta reforma trata-se de um primeiro passo no plano da elite no poder de reduzir as garantias das minorias, diminuir a proteção da liberdade de expressão e aumentar o poder do Líderes Parlamentares sem a interferência do poder contra majoritário.

Apenas para uma estatística, a Suprema Corte Israelense, apesar de ter proferido algumas decisões polêmicas, já derrubou mais de 21 leis que atentavam contra a Lei Base de Humanidade, Dignidade e Liberdade.

O Primeiro-Ministro inclusive, visa este enfraquecimento em época coincidente à investigação e processamento de denúncias contra ele por corrupção.

Estas manifestações já estão a ocorrer faz uma semana, sendo que em seu pico, mais de 100 mil pessoas marcharam em Jerusalém em defesa da liberdade e da democracia.

Este movimento foi apelidado de Primavera Israelense, justamente por buscar a democratização e sua defesa.

A Luta pelos direitos não tem fronteira, e é inspirador ver as pessoas enfrentando o que for para fazer valer a liberdade e dignidade de forma pacífica, mas impositiva.

Ver isso, me lembrou de como uma democracia forte não é demonstrada pela força de suas instituições apenas, mas também pela força de seu povo. Uma lição inspiradora em uma Terra Santa. De fato, estou a presenciar algo histórico mesmo.

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