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Prefeitura de SP aposta em asfalto 2.0 para o maior recapeamento da história; entenda

O uso de materiais reciclados, como resíduos de asfalto, guias, sarjetas e concretos, substituem a utilização de Brita Graduada Tratada com Cimento (BGTC)

A Prefeitura de SP tem se tornado referência com o projeto de recapeamento, sempre de olho em um mundo melhor e respeitando o planeta - Imagem: divulgação Prefeitura de São Paulo
A Prefeitura de SP tem se tornado referência com o projeto de recapeamento, sempre de olho em um mundo melhor e respeitando o planeta - Imagem: divulgação Prefeitura de São Paulo

Vitória Tedeschi Publicado em 30/09/2023, às 08h47


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A Prefeitura de São Paulo vem ganhando cada vez mais destaque durante o maior programa de recapeamento da história de São Paulo e do Brasil em curso, que teve início em junho do ano passado. Dentre estes pontos fortes, está o tipo de asfalto escolhido pela administração.

Trata-se de um asfalto cuja matriz é de pedra (SMA, na sigla em inglês), escolhido por sua superioridade e maior potencial de aumentar a qualidade do pavimento da cidade. Esse tipo de asfalto dura mais e sofre menos deformações, por isso foi chamado de asfalto 2.0.

Neste material alternativo, são usados componentes diferenciados das aplicações executadas em todos os anos anteriores. A mistura, que é amplamente utilizada na Europa, em países como Alemanha, Suécia e também na Inglaterra, apresenta vantagens como alta resistência à deformação permanente e à fadiga, maior vida útil e resistência a derrapagens.

Confira abaixo outros benefícios:

  • Boa estabilidade a elevadas temperaturas;
  • Boa flexibilidade a baixas temperaturas;
  • Elevada resistência ao desgaste;
  • Boa resistência à derrapagem devido à macrotextura da superfície de rolamento;
  • Redução do spray ou cortina de água durante a chuva,
  • Redução do nível de ruído ao rolamento.

Além do asfalto 2.0, a Prefeitura também utiliza o pavimento de asfalto recuperado (RAP, na sigla em inglês) que, basicamente, é o asfalto reciclado - feito com material asfáltico resultante da fresagem de pavimentos, bem como resíduos de guias, sarjetas e concretos.

Vale citar que, como o RAP substitui a Brita Graduada Tratada com Cimento (BGTC), que possui substâncias prejudiciais ao meio ambiente, o uso deste material é visto como uma ótima prática ambiental. A estimativa é que mais de 180 mil toneladas do material reciclado tenham sido usadas pelo programa municipal desde seu início.

A escolha pela prática mais sustentável foi o que elevou o programa e fez com que ele atendesse ao mais ambicioso pacto global pelo planeta: a Agenda 2030, que conta com uma série de metas definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para que as cidades tenham agenda de sustentabilidade até o ano em questão.

O recape sustentável atende essa agenda da ONU por usar a inteligência artificial e a tecnologia (sensores, câmeras de alta resolução, scanners, informações adquiridas por feixes de laser, equipamentos capazes de analisar o que está embaixo do asfalto) para minimizar os impactos no planeta.

Como funciona o programa?

O serviço de recapeamento é realizado durante a madrugada para não prejudicar o trânsito. Os recapeamentos acontecem, preferencialmente, depois das 23h, segundo a pasta, e não pararam nenhum dia desde junho, com frentes de trabalho simultâneas para uma São Paulo melhor.

As intervenções corrigem danos estruturais e tornam as vias mais resistentes ao desgaste causado pelo tempo e pela alta circulação de veículos. Para diagnosticar os problemas de cada rua, são empregadas tecnologia da informação e de engenharia.

O Sistema Gaia é a representação dessa nova tecnologia usada todos os dias para mapear os locais que precisam de reparos. Implantado em 2019 pela Secretaria Municipal das Subprefeituras, o Gaia, finalmente, elevou São Paulo a outro nível digital, com o levantamento em tempo real das condições das vias de toda a cidade.

A grande importância desse levantamento aparece agora no maior Programa de Recapeamento da cidade. São Paulo tem 17 mil quilômetros de vias. São 196 milhões de metros quadrados com o asfalto em condições diferentes. O Gaia identifica a qualidade do pavimento pela ondulação do asfalto e classifica o estado da via entre ótimo, bom, regular, ruim e péssimo.

A partir disso é que cada via paulistana consegue receber o olhar necessário e, depois, o recapeamento que precisa, otimizando recursos. Desenvolvido em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, o sistema, que usa literalmente os amortecedores de carros como "caçadores de buracos", tem cerca de 110 veículos, entre táxis e carros de transporte por aplicativo, que levam um sensor no amortecedor, conectado a uma espécie de "caixa preta", instalada sob o banco do motorista.

Além disso, uma câmera instalada no retrovisor faz o serviço de identificar o local percorrido pelo carro. A deformação do pavimento é imediatamente registrada numa central de requisições dentro da Secretaria das Subprefeituras da capital. Toda vez que a ondulação da via faz o carro balançar, o solavanco é mapeado e classificado.

Antes, todo esse mapeamento era feito de forma manual, com informações anotadas por meio de caneta e prancheta. Assim, o sistema inédito possibilitou analisar a qualidade das vias e identificar o asfalto da cidade digitalmente pela primeira vez.

Após a escolha por um método inovador e um material diferenciado - o asfalto 2.0 - neste ano, o Gaia foi eleito pelo Instituto Smart city Business Brazil Congress (SCB-BR) como uma das melhores soluções tecnológicas e recebeu o Prêmio InovaCidade 2023, que reconhece iniciativas da América Latina que contribuem para a melhoria da qualidade de vida nas cidades por meio da inovação e tecnologia.

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Este conteúdo foi feito em parceria com a Prefeitura de São Paulo. Para conferir a série de publicações sobre os principais temas da cidade, que teve início na quinta-feira (28), acesse o PDF do Diário de S.Paulo impresso - clicando neste link.

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