Diário de São Paulo
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CRIMES

Silvio Almeida é alvo de acusações de assédio por seis mulheres

Relatos incluem avanços físicos e intimidação em contexto profissional e acadêmico

Autoridades investigam acusações - Imagem: Reprodução / Joédson Alves / Agência Brasil
Autoridades investigam acusações - Imagem: Reprodução / Joédson Alves / Agência Brasil

Sabrina Oliveira Publicado em 14/10/2024, às 11h31


Nos últimos trinta dias, o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi acusado de assédio sexual por seis mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Além da ministra, uma advogada e quatro ex-alunas relataram episódios de importunação que envolvem desde abordagens verbais até contatos físicos inapropriados. O ex-ministro nega todas as acusações.

As denúncias começaram a vir à tona no início de setembro e se intensificaram após uma série de reportagens que revelaram os primeiros relatos. Anielle Franco afirmou que foi vítima de importunação desde o período de transição do governo em 2022, com as investidas continuando mesmo após sua posse como ministra.

“Não há reciprocidade ou consentimento. Esses atos são violentos e causam um grande impacto emocional. Nenhuma mulher deveria passar por isso”, disse a ministra em depoimento à Polícia Federal no início do mês.

Outro caso veio à tona quando Isabel Rodrigues, advogada e professora, declarou em vídeo publicado em suas redes sociais que Almeida a teria tocado de forma inadequada durante um almoço em 2019. Rodrigues revelou que decidiu falar publicamente após o ex-ministro supostamente desqualificar outras vítimas, alegando que elas faziam parte de uma conspiração.

Além desses episódios, quatro ex-alunas de Almeida também relataram situações constrangedoras. Uma delas afirmou ter sido beijada sem consentimento durante um encontro na universidade onde ele lecionava, enquanto outra contou que Almeida colocou as mãos em suas pernas durante uma conversa sobre um projeto acadêmico.

“Eu fiquei sem saber o que fazer. Me senti vulnerável e ameaçada, temendo que ele pudesse prejudicar minha avaliação na monografia”, relatou uma das estudantes, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

As investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Trabalho, que abriram inquéritos para apurar os casos. O ex-ministro, no entanto, nega todas as acusações e afirma que não cometeu nenhuma irregularidade.

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