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COP 27

O que esperar do Brasil na COP 27?

O país já está em clima de preparação para o evento global sobre as Mudanças Climáticas

O que esperar do Brasil na COP 27? - Imagem: reprodução R7
O que esperar do Brasil na COP 27? - Imagem: reprodução R7

Vitória Tedeschi Publicado em 04/11/2022, às 15h20


No próximo dia 6 até o dia 18 de novembro, acontecerá a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, popularmente conhecida como COP 27, em Sharm El Sheik, no Egito. 

A COP acontece anualmente desde 1995 e se trata da reunião de países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

O Brasil, que é um dos maiores produtores de alimentos do planeta, reconhecido por conciliar produtividade com conservação, assim como o resto do mundo, se prepara para participar do importante evento, e os representantes do país estão otimistas com a participação.

"A maneira como o planeta se comporta no campo da produção de alimentos representa ponto importantíssimo no esforço de todas as nações para controlar o quadro atual de aumento de temperatura da Terra", afirma Marcos Montes, Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Marcos Montes / Imagem: divulgação

As expectativas para a presença do Brasil na conferência são altas.

Ainda segundo Montes, "o Brasil caminha para assumir um papel de protagonismo em questões ligadas ao clima". Visto que "temos muito a contribuir no Egito com as pautas que serão discutidas durante a COP 27, principalmente àquelas ligadas ao combate à insegurançaalimentar e à adaptação aos impactos da mudança do clima".

Além disso, um dos objetivos do Ministro é mostrar ao mundo que, por meio de processos produtivos sustentáveis amparados em tecnologia de ponta, é possível gerar crescimento econômico inclusivo, aumentar a produção de alimentos e, ao mesmo tempo, enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.

"O combate às mudanças climáticas e a luta contra a insegurança alimentar são batalhas que devem ser travadas em um campo comum, que leve em consideração um modelo de produção sustentável, equilibrado em seus aspectos sociais, econômicos e ambientais", reitera Marcos Montes.

Vale lembrar que o Brasil dispõe, além do Código Florestal, do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura - Plano ABC, o que pode ser um diferencial positivo para o país na Convenção. 

Isso porque o código tem como finalidade organizar e planejar ações para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis, com o objetivo de contribuir para o atingimento dos compromissos internacionais do Brasil em desenvolvimento sustentável e combate à mudança do clima, bem como para a redução da vulnerabilidade e a redução de emissões no setor agrícola.

Por fim, é importante citar que, este ano, o foco da COP 27 será os avanços e discussões sobre o futuro climático do planeta, e certamente citará a influência da guerra na Ucrânia: qual a consequência dessa guerra para todo o mundo? Como essa guerra está impactando o meio ambiente - visto que é transfronteiriço, ou seja, sem limites e atinge a todos, podem ser alguns dos pontos levantados.

Já que um impacto neste nível afeta a vida das pessoas, na quantidade de água disponível para a sobrevivência, na produção de alimentos, além do impacto causado nas espécies animais.

Assim, será dada continuidade às discussões ocorridas em Glasgow, na Escócia sobre o aumento da temperatura terrestre, além das pautas propostas no Acordo de Paris, como as citadas acima e, ainda, a segurança alimentar, a igualdade de gênero, a hidrologia e a viabilização do financiamento de projetos ligados às questões climáticas e seus efeitos.

Ainda, outra importante discussão será sobre os mercados de carbono. No Brasil, o mercado de carbono já é responsável por 1% do mercado global, o que pode representar mais um ponto para o país no que diz respeito às pautas ambientais.

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