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ELEIÇÕES 2024

Justiça ordena duas vezes que Boulos remova post de pesquisa eleitoral; entenda

As duas decisões foram publicadas nesta quarta-feira (6), pelo juiz Antonio Zorz

As duas decisões foram publicadas nesta quarta-feira (6), pelo juiz Antonio Zorz - Imagem: Reprodução/Instagram @guilhermeboulos.oficial
As duas decisões foram publicadas nesta quarta-feira (6), pelo juiz Antonio Zorz - Imagem: Reprodução/Instagram @guilhermeboulos.oficial

Ana Rodrigues Publicado em 07/03/2024, às 08h00


A Justiça Eleitoral determinou - em dois processos distintos -, que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) retirasse do ar, em até 24 horas, postagens sobre a pesquisa de intenção de votos à Prefeitura de São Paulo, sob pena de multa diária de R$10 mil em cada ação.

De acordo com a Metrópoles, as duas decisões foram publicadas nesta quarta-feira (6), pelo juiz Antonio Zorz, que acatou pedidos feito pelo PSB, partido da pré-candidata Tabata Amaral, e do MDB, partido do prefeito Ricardo Nunes.

Nos dois casos, as siglas reclamaram de uma montagem publicada por Boulos no Instagram e no Facebook, celebrando o fato de ter ficado numericamente à frente na pesquisa Real Time Big Data, encomendada pela Record e divulgada na segunda-feira (4), com 34% das intenções de votos.

Tabata surge em terceiro lugar, com 10%, porém não foi citada pelo psolista nas redes sociais. A pesquisa testou três cenários distintos, dois deles incluindo candidatos bolsonaristas: em um, aparece o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), e em outro, o senador Marcos Pontes (PL).

Em posts no Instagram e no Facebook, Boulos celebra o resultado e, inicialmente, publicou uma montagem com Nunes, Salles, Pontes e o pré-candidato Padre Kelmon (PRD), dizendo que lidera contra qualquer adversário.

Logo depois, ele apagou o post e publicou uma nova montagem mostrando apenas Nunes, Salles e Pontes, dizendo que ficou à frente de qualquer bolsonarista. Em nenhuma das publicações, ele citou Tabata, o deputado Kim Kataguiri (União-SP) e a economista Marina Helena (Rede).

Tabata criticou a publicação, onde chamou o post de "safadeza", e acionou a Justiça Eleitoral alegando que as postagens tiveram a intenção de manipular e ludibriar o eleitorado. O argumento foi acolhido por juiz Antonio Zorz, que viu a publicação como uma intenção de provocar "devio" no resultado da pesquisa.

Em outras palavras, tais vícios podem ensejar desvio na lisura da pesquisa eleitoral e podem ocasionar nefastos efeitos ao sadio trâmite eleitoral que se pretende proteger", escreveu o magistrado.

O MDB, partido de Nunes, também acionou a Justiça Eleitoral com um pedido semelhante, alegando "fraude" na publicação de uma montagem com um cenário que não existiu, incluindo Nunes, Salles e Pontes.

Ou seja, da forma como divulgada pelo pretenso candidato, não há uma pesquisa estimulada que inclua todos aqueles constantes na publicação, como se todos aqueles houvessem competido na pesquisa entre si, gerando os percentuais ali constantes", afirmou Zorz.
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