Diário de São Paulo
Siga-nos
No limite

Governo gastou mais em obras de recuperação de desastres do que em prevenção

Os dados levantados são do Tribunal de Contas da União

Governo gastou mais em obras de recuperação de desastres do que em prevenção - Imagem: Governo de São Paulo
Governo gastou mais em obras de recuperação de desastres do que em prevenção - Imagem: Governo de São Paulo

Nathalia Jesus Publicado em 03/04/2023, às 09h00


Nos últimos dez anos, o governo federal destinou 69% dos recursos de defesa civil destinados à gestão de riscos e desastres com ações de recuperação e respostas às tragédias no país. Em contrapartida, apenas 31% dessa verba foi gasta em obras de prevenção desses desastres.

Entre os anos de 2013 e 2022, foram R$ 5,9 bilhões para prevenção e R$ 13,4 bilhões em recuperação e resposta a desastres, mais que o dobro que no primeiro caso, de acordo com dados do Tribunal de Contas da União (TCU).

Para o TCU, a discrepância entre os dois casos "revela a urgência em desenvolvermos outros trabalhos de controle, focados na política de prevenção de desastres".

Segundo o UOL, o assunto foi tema de análises do TCU no dia 22 de março. Na ocasião, o órgão avaliou a atuação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), que é ligada ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR).

"Não há dúvidas de que o prejuízo tanto material como humano desses eventos pode e deve ser mitigado a partir do investimento maciço em ações de prevenção por todas as esferas de governo, uma vez que os custos envolvidos nas fases de resposta e de recuperação de áreas já destruídas se mostram muito mais elevados", afirmou Jorge Oliveira, relator do processo no TCU.

Entre 2013 e fevereiro de 2023, os desastres custaram R$ 401,3 bilhões aos cofres públicos, de acordo com dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Neste mesmo período, foram registradas pelo menos 1.997 mortes, sendo 532 (26,6%) apenas em 2022. No número como um todo, chama a atenção o desastre no litoral norte de São Paulo, onde 65 pessoas morreram por conta das chuvas.

Além disso, outros 59.311 alertas de situação de emergência e estado de calamidade pública foram decretados pelos municípios.

Outros alertas do TCU

Além de uma falta de recursos para obras de prevenção, o TCU viu outros problemas nas ações de prevenção e resposta, que impactam no apoio aos municípios.

Um dos pontos aponta que 47% dos municípios que solicitaram reconhecimento federal afirmam que não foram comunicados pela Defesa Civil sobre previsão de chuvas intensas.

Para o órgão, isso "demonstra a necessidade premente de aprimoramento da sistemática de difusão dos alertas."

Compartilhe  

últimas notícias