Decisão foi anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta quarta-feira (16)
William Oliveira Publicado em 16/10/2024, às 14h35
Em uma decisão que contraria a recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira (16) que o governo federal não retomará o horário de verão em 2024. A proposta, que visa a alteração dos ponteiros do relógio em estados selecionados para mitigar o pico de consumo energético, está sob avaliação para possível implementação apenas a partir de 2025.
Durante reunião recente com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), foi constatado que a atual condição energética do país não demanda a reintrodução imediata do horário de verão. "Nós temos a segurança energética assegurada, há o início de um processo de restabelecimento ainda muito modesto da nossa condição hídrica. Temos condições de chegar depois do verão em condição de avaliar, sim, a volta dessa política em 2025," afirmou Silveira.
Silveira ainda enfatizou que a consideração pelo horário de verão deve ser fundamentada em análises robustas, longe de influências puramente dogmáticas ou políticas. A medida possui implicações tanto no setor elétrico quanto na economia em geral, e por isso deve ser objeto de constante análise pelo governo federal.
"Ele [horário de verão] não pode ser fruto de uma avaliação apenas dogmática ou de cunho político. É uma política que tem reflexos tanto positivos quanto negativos no setor elétrico e na economia, portanto deve sempre estar na mesa para uma avaliação precisa do governo federal", informou.
Apesar da sugestão feita pelo CMSE em setembro, que visava antecipar os relógios em 2024 devido à economia potencial de R$ 400 milhões, o ministério optou por manter a atual configuração temporal. Esse posicionamento foi facilitado pela melhora nos índices pluviométricos e na capacidade dos reservatórios hidrelétricos. Além disso, a introdução da mudança em um prazo tão curto poderia comprometer setores cruciais como o da aviação, dificultando ajustes operacionais necessários.
Historicamente, o horário de verão ocorria entre os meses de outubro/novembro e fevereiro/março. Estimativas apontam que, se postergado para 2026, o impacto econômico positivo pode chegar a R$ 1,8 bilhão por ano.
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