Diário de São Paulo
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Esposa do líder do Comando Vermelho participou de duas reuniões no Ministério da Justiça

Parlamentares da oposição pedem impeachment de Dino, que nega ter participado do encontro

Luciane Barbosa Farias, conhecida como a "dama do tráfico amazonense" - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
Luciane Barbosa Farias, conhecida como a "dama do tráfico amazonense" - Imagem: Reprodução | Redes Sociais

Marina Roveda Publicado em 14/11/2023, às 07h57


Assessores do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foram envolvidos em uma polêmica após receberem Luciane Barbosa Farias, conhecida como a "dama do tráfico amazonense", em audiências dentro do prédio da pasta. Luciane é casada com Clemilson dos Santos Farias, também conhecido como "Tio Patinhas", um líder do Comando Vermelho no Amazonas. O encontro ocorreu em dois momentos, em março e maio, com dois secretários e dois diretores do órgão.

Luciane, condenada por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa, representava a Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA) nas reuniões. A ILA, segundo informações, é financiada com dinheiro do tráfico. O Ministério da Justiça confirmou a presença de Luciane nas audiências, mas destacou que ela integrava uma comitiva, e o setor de inteligência não poderia detectar previamente sua presença.

A revelação gerou repercussão imediata, com o deputado federal Kim Kataguiri protocolando um pedido de impeachment de Flávio Dino, alegando grave violação ao princípio republicano e à moralidade no exercício da administração pública. O deputado Sargento Gonçalves pediu a saída imediata do ministro, considerando insustentável sua permanência no comando da pasta.

Flávio Dino negou qualquer participação ou conhecimento prévio sobre a reunião, enfatizando que nunca recebeu líder de facção criminosa em audiência no Ministério da Justiça. Ele atribuiu a repercussão do caso a "vil politicagem". O secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, informou que a reunião foi agendada pela Associação Nacional da Advocacia Criminal (ANACRIM) e que Luciane estava como acompanhante da advogada Janira Rocha, falando sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário.

A polêmica levou a oposição a buscar explicações e pedir medidas contra o ministro, enquanto Flávio Dino e seus assessores procuram esclarecer os detalhes do episódio.

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