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Maus tratos a animais

Especialistas revelam o que causou a morte das emas e apontam para Bolsonaro

Os animais viviam nos arredores do Palácio da Alvorada para o controle de animais peçonhentos

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em jardim do Palácio do Planalto (DF), cercado por emas - Imagem: reprodução/YouTube
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em jardim do Palácio do Planalto (DF), cercado por emas - Imagem: reprodução/YouTube

Mateus Omena Publicado em 09/02/2023, às 11h43


Após apurações, o Ibama e a Casa Civil confirmaram que duas emas da Presidência da República morreram neste mês com quadro de excesso de gordura.

De acordo com documentos das instituições, os animais foram alimentados com restos de comida humana durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As emas também estavam sem acompanhamento veterinário e viviam em instalações inadequadas.

De acordo com o portal UOL, as duas emas estavam na Granja do Torto, uma das residências oficiais da presidência, ocupada até o meio de dezembro pelo ex-ministro Paulo Guedes, onde estão atualmente 17 emas.

Outras 38 emas também ocupam o jardim do Palácio do Alvorada, para onde se mudou recentemente o presidente Lula, desde os anos 1960.

Podendo chegar a 1,4 m, esses animais comem e controlam animais peçonhentos - como cobras e escorpiões, por exemplo, que são encontradas às margens do Lago Paranoá, onde fica a casa presidencial.

Anteriormente, as emas foram retiradas dos Palácios por problemas com os inquilinos. Há relatos de conflitos com bichos de estimação das famílias presidenciais e, quando morava no Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro chegou a ser bicado e Guedes também foi atacado.

Investigações

Em 6 de janeiro, um grupo de técnicos avaliou a saúde dos animais, a pedido da primeira-dama Janja da Silva. Os profissionais concluíram que as emas estavam sendo alimentadas com restos de comida humana misturada a ração, como milho e arroz.

Na autópsia preliminar, eles constataram excesso de gordura visceral, abdominal e no fígado dos animais.

Segundo os técnicos, a morte súbita "fecha com o quadro" de doenças cardíacas e hepáticas, "desencadeadas provavelmente pelo mau manejo alimentar durante os últimos anos".

Embora o laudo final sobre os óbitos fique pronto em duas ou três semanas, os técnicos afirmaram que nunca tinham visto uma ave "com tanta gordura".

Em sua gestão, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) destinou apenas um terço do orçamento anual necessário para a manutenção dos animais, informou o governo federal. O gasto estimado para manutenção de todos os animais instalados nos palácios presidenciais é 20 mil grãos por ano, o destinado em 2022 foi de 7 mil.

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