Diário de São Paulo
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Documento comprova que Lula se recusou a vender ambulâncias blindadas para Ucrânia

Venda seria um bom negócio para Brasil e Ucrânia

Luiz Inácio Lula da Silva e Zelensky. - Imagem: Divulgação / Portal Gov.br
Luiz Inácio Lula da Silva e Zelensky. - Imagem: Divulgação / Portal Gov.br

Marina Roveda Publicado em 02/07/2023, às 14h34


Em um tweet publicado no dia 25 de maio, o diplomata Paulo Roberto de Almeida trouxe à tona uma polêmica envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. De acordo com o texto compartilhado pelo diplomata, Lula teria ordenado o cancelamento da venda de ambulâncias blindadas do tipo Guarani à Ucrânia logo após sair do encontro do G7, em Hiroshima, alegando um suposto "ódio" que o ex-presidente brasileiro nutriria pelo colega ucraniano.

O tweet menciona que, anteriormente, Lula já possuía uma "baita raiva" de Zelensky, motivada pela suposta disputa midiática que ambos travavam. No entanto, essa animosidade teria se intensificado, levando à decisão de cancelar a venda dos veículos blindados destinados à emergência humanitária no país europeu. O texto ainda alerta que os custos desse cancelamento seriam suportados pela Embraer e pelas forças militares brasileiras em geral.

“Lula, antes, tinha uma baita raiva do Zelensky, por ele ter roubado um espaço na mídia que Lula queria para si; agora tem ódio. Mandou cancelar a venda de ambulâncias blindadas assim que saiu de Hiroshima. Quem vai pagar o preço vai ser a Embraer e os militares em geral.”

O pedido de exportação das viaturas blindadas foi oficialmente feito pelo Governo da Ucrânia ao Ministério de Defesa do Brasil no mês anterior, endereçado ao ministro José Múcio Monteiro. A solicitação, que envolve a aquisição de 450 viaturas Guarani em sua versão "ambulância", destina-se ao Serviço de Emergência do Estado ucraniano.

A proposta ucraniana visa utilizar esses veículos para o transporte de feridos em áreas de conflito até hospitais e para auxiliar na evacuação de civis em zonas de risco. O documento ressalta a situação delicada enfrentada pela Ucrânia desde a invasão de seu território pela Federação Russa, em fevereiro de 2022, apresentando a necessidade urgente de apoio e recursos para enfrentar a ameaça existencial imposta.

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Venda da versão ambulância seria um bom negócio para Brasil e Ucrânia. Imagem: Divulgação / Exército Brasileiro

A situação ganhou mais destaque quando, hoje à tarde, a Agência de Notícias Estatal Russa, TASS, publicou uma matéria confirmando parte das alegações do diplomata. Segundo a reportagem, o presidente Lula teria assegurado ao presidente Vladimir Putin que o Brasil não fornecerá armas ou munições à Ucrânia, mesmo diante dos apelos das nações ocidentais, alegando que teme o uso desses armamentos contra Moscou. A notícia menciona uma fonte do governo próxima a Lula como sua informante.

Em suas declarações, Lula teria expressado descontentamento com o fato de alguns países, que não são membros do G7, terem sido convidados para a cúpula apenas para se voltarem contra a Rússia, e reforçou a postura do Brasil em não seguir esse caminho. A fonte ainda citou que outras nações como Indonésia, Índia e Vietnã também compartilhariam da posição brasileira.

“O presidente brasileiro garantiu a Putin que, apesar dos apelos das nações ocidentais, o Brasil não fornecerá armas ou munições à Ucrânia porque entende que seriam usadas contra Moscou.”. A notícia cita uma fonte do governo ligada a Lula.
“Lula disse que teve a impressão de que outros participantes da cúpula que não são membros do G7 foram convidados apenas para se voltar contra a Rússia. Ele disse que isso não funcionaria com o Brasil ”, disse a fonte à TASS,

A venda das ambulâncias blindadas Guarani para a Ucrânia seria estrategicamente benéfica para o Brasil. Além de impulsionar o desenvolvimento desse tipo de veículo específico para a área da saúde, o negócio proporcionaria a criação de empregos e renda, além de fortalecer a participação da indústria de defesa brasileira no cenário internacional. O programa Guarani envolve uma vasta rede de fornecedores nacionais, com a maioria das peças e componentes sendo fabricados no Brasil.

Diante desse impasse diplomático, resta saber como as relações entre o Brasile a Ucrânia serão afetadas, assim como o desfecho dessa questão controversa envolvendo a venda das ambulâncias blindadas. É importante ressaltar que o cancelamento da transação pode ter implicações não apenas econômicas, mas também políticas e estratégicas para ambos os países envolvidos.

@metropolesoficial Documento desmente afirmação de #Lula sobre pedido da Ucrânia por blindado-ambulância. Em 9/5, presidente classificou informação como “fake news”, mas pedido foi feito em 27/4. Negociação dos veículos para evacuar civis e feridos não foi autorizada #TikTokNotícias♬ som original - Metrópoles Oficial
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