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Desmatamento

Desmatamento no Brasil tem queda de 11,6%, mas Cerrado e Amazônia continuam em risco

Expansão agropecuária é responsável por 97% do desmatamento, revela relatório do MapBiomas

Expansão agrícola ameaça biomas - Imagem: Reprodução / Freepik
Expansão agrícola ameaça biomas - Imagem: Reprodução / Freepik

Sabrina Oliveira Publicado em 28/05/2024, às 08h35


De acordo com o Relatório Anual de Desmatamento (RAD 2023), divulgado nesta terça-feira (28), o desmatamento no Brasil registrou uma queda de 11,6% em 2023. Entre janeiro e dezembro, 1.829.597 hectares de vegetação nativa foram derrubados, comparados a 2.069.695 hectares em 2022.

A principal causa dessa devastação continua sendo a expansão agropecuária, que responde por 97% do desmatamento total no país.

Os biomas mais afetados pelo desmatamento são a Amazônia e o Cerrado, que juntos representam mais de 85% da área desmatada no Brasil. O Cerrado, em particular, sofreu um aumento alarmante de 68% na área desmatada, atingindo 1.110.326 hectares em 2023. Este bioma agora responde por 61% do desmatamento nacional, enquanto a Amazônia representa 25%.

Segundo o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo, "A cara do desmatamento está mudando no Brasil, se concentrando nos biomas onde predominam formações savânicas e campestres e reduzindo nas formações florestais". Este deslocamento é particularmente evidente na região de Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Em territórios indígenas, o Cerrado também lidera o aumento do desmatamento, com um crescimento de 188% em relação a 2022. Por outro lado, na Amazônia, o desmatamento diminuiu para 62,2% em 2023.

A cidade de Alto Parnaíba, no Maranhão, registrou o maior alerta de desmatamento no país, com 6.691 hectares devastados. Em Baixa Grande do Ribeiro, no Piauí, foi identificado o desmatamento com a maior velocidade média diária, com 944 hectares desmatados em apenas oito dias.

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