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Delação premiada

O que se sabe até agora sobre a delação de Mauro Cid

Mauro Cid foi braço direito de Jair Bolsonaro durante os 4 anos de mandato

Mauro Cid foi braço direito de Jair Bolsonaro durante os 4 anos de mandato - Imagem: Reprodução/TV Record News
Mauro Cid foi braço direito de Jair Bolsonaro durante os 4 anos de mandato - Imagem: Reprodução/TV Record News

Ana Rodrigues Publicado em 12/09/2023, às 09h54


O tenente-coronel Mauro Cid fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. As informações dele devem alimentar ao menos quatro investigações do órgão sobre crimes no governo de Jair Bolsonaro (PL). 

Ex-ajudante de ordens do Bolsonaro, teve sua liberdade provisória concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que também confirmou o acordo de delação premiada. O ministro ainda determinou que Cid terá que cumprir uma série de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e o afastamento de suas funções no exército. E também, ordenou o cancelamento do passaporte, a suspensão de porte de arma fogo e a proibição do uso de redes sociais. Seu salário de R$27 mil foi mantido, segundo site do UOL

O depoimento de Cid será uma peça importante para ajudar a PF a confirmar as funções e ações individuais dos suspeitos em cada investigação. Ainda não se sabe qual vai ser o foco principal da delação. Ele também vai conseguir explicar se houve ordem direta para o cometimento de crime e colaborar com nome de novos envolvidos. 

Bolsonaro nega participação em qualquer crime. Sua defesa disse que vai contestar a delação sem o aval do ministério público. 

O depoimento de Mauro Cid é importante pois ele era o braço direito de Bolsonaro e estava todos os dias com ex-presidente no Planalto durante os quatro anos de mandato. Supostamente, ele participou ou pelo menos presenciou possíveis crimes investigados pela PF, que são: 

  • Falsificação da carteira de vacina: Esse foi o crime o que colocou Cid na cadeia. Ele, Bolsonaro e outros intelocutores foram alvos da Polícia Federal por suspeita de inserir dados falsificados de vacinação contra a covid-19 em documentos. Isso teria sido feito para que o ex-presidente e sua família pudessem entrar nos Estados Unidos. 
  • Pagamentos para Michelle: Ele é investigado por ter feito pagamentos suspeitos em nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em dinheiro vivo. A PF interceptou diálogos do ex-ajudante de ordens com assessoras do governo.
  • Golpe de estado: Cid é suspeito de ter testemunhado reuniões e ter tido acesso a informações sobre uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder. Há investigações que indicam ações para um possível golpe, como as blitze da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em redutos eleitorais de Lula e a denúncia de tentativa de gravar o ministro Alexandre de Moraes, revelada pelo senador Marcos do Val (Podemos). 
  • Escândalo das jóiasO ex-ajudante de ordens atuou diretamente no escândalo que envolve mais diretamente Bolsonaro. Cid ajudou na tentativa de entrar e sair com as joias do país. Também é apurada a venda de presentes recebidas pelo ex-presidente.
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