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Prejuízo

Promotor arquiva inquérito e dá prejuízo de R$ 50 milhões a idoso

Caso envolve investigação sobre divisão feita entre pai e filhos para a saída do idoso da sociedade de uma empresa que fundou

Os empresários Marco e Pascoal brigaram com o próprio pai por dinheiro - Imagem: divulgação Ministério Público do Estado de São Paulo
Os empresários Marco e Pascoal brigaram com o próprio pai por dinheiro - Imagem: divulgação Ministério Público do Estado de São Paulo

Jair Viana Publicado em 08/04/2024, às 10h27


O promotor de Justiça Fernando Vernices dos Anjos recuou numa investigação sobre um golpe de mais de R$ 50 milhões contra um idoso de 88 anos, vítima dos próprios filhos que teriam manipulado o valor de uma das empresas da família, pagando um valor ao pai, com diferença superior a R$ 1 milhão.

O promotor, mesmo após ter concordado sobre a necessidade de novas diligências e até de outra perícia, alegou que a diferença entre o que era de direito e o que foi pago ao idoso era pequena, e pediu o arquivamento da investigação.

O idoso Ernesto Iannoni era sócio dos filhos Marco e Pascoal na empresa que ele mesmo fundou. Por divergências na gestão, o idoso decidiu passar o controle de duas empresas para os filhos. Logo depois, o empresário resolveu sair do quadro societário. Neste momento começaram os problemas entre eles.

Marco e Pascoal Iannoni já haviam anunciado que o valor de uma das empresas era de R$ 200 milhões. Diante disso, pagaram ao pai cerca de R$ 15 milhões, referentes aos 25% das quotas que Ernesto tinha na sociedade. Mais tarde, novos cálculos apontaram que a empresa valia apenas R$ 90 milhões. A partir daí, Ernesto procurou os meios legais para resolver a demanda.

Um inquérito foi aberto para apurar a denúncia do idoso contra os filhos. Durante a investigação, perícias apontaram valores abaixo daqueles já anunciados por Marco e Pascoal. A defesa de Ernesto Iannoni pediu novas investigações e nova perícia. O promotor concordou e despachou neste sentido.

Mais tarde, Fernando dos Anjos recuou e pediu arquivamento do caso, considerando que a diferença de R$ 1 milhão em prejuízo do idoso não representa uma discrepância tão importante para impor o seguimento do inquérito.

PROCURADOR

Procurada pela reportagem, a Procuradoria Geral de Justiça informou que o caso será julgado pelo procurador Fernando Martins. Na análise, Martins vai apurar se o caso deve ser reaberto ou mantido no arquivo. Caso ele decida pela reabertura, o promotor Fernando Vernices dos Anjos pode não ser mais o titular da ação. Ele não foi localizado pela reportagem para se manifestar.

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