A jovem disse ter sido diagnosticada com depressão pós-traumática
Vitória Tedeschi Publicado em 10/02/2023, às 14h51
Nesta sexta-feira (10) veio à tona que a professora de pole dance Ana Carolina Onésio, de 23 anos, está denunciando o Hospital Life Center, que fica na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em Minas Gerais, por ter ficado com a vagina necrosada após uma cirurgia no fêmur.
De acordo com Ana Carolina, segundo o Extra, os médicos alegaram que houve um "intercorrência médica" durante o procedimento e não explicaram como ocorreu a lesão no órgão sexual.
"Na primeira vez que falei com o diretor do hospital, ele falou que havia ocorrido uma "intercorrência médica". Falei que não foi intercorrência. Foi erro", contou ela.
Ana conta que, no dia 3 de dezembro do ano passado, ela não conseguiu completar uma performance na barra de pole dance, por conta do tumor da fratura no osso, que estava frágil. As colegas chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que a encaminhou para o pronto-socorro do Hospital João XVIII, na Região Leste de Belo Horizonte.
Um exame de raio-X comprovou a lesão e Carol foi transferida para o Hospital Life Center, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Lá, a jovem foi diagnosticada com um tumor no fêmur.
"Foi dado diagnóstico de que o fêmur tinha sido quebrado e que eu teria um tumor. Eu teria que fazer uma biópsia para, depois disso, descobrir qual cirurgia seria realizada. Isso porque se fosse maligno, o médico teria que retirar todo o osso para refazê-lo. Se fosse benigno, seria uma cirurgia mais simples e em 48 horas eu teria alta", explica.
Após ficar constatado que o tumor era benigno e receber um diagnóstico de displasia óssea, Carol foi operada. De acordo com a professora, o procedimento deveria durar uma hora e meia, mas ela acabou ficando na mesa de cirurgia por três horas.
Durante esse período, acordou três vezes da sedação, afirmou. Ao voltar para seu leito, ela notou algo havia ocorrido com sua vagina:
A anestesia passou. Eu coloquei a mão na minha vagina e vi que ela estava desconfigurada, inchada. Senti uma dor imensa.
Por causa da lesão, Carol contou que ficou 36 dias a mais que o previsto internada, passou o Natal e o Ano Novo no hospital. As dores eram muito fortes e ela chegou a ter que tomar morfina de duas em duas horas.
A jovem disse ter sido diagnosticada com depressão pós-traumática por uma psiquiatra contratada pela unidade de saúde, que recomendou que a cirurgia de reparação de sua vagina seja feita em quatro meses, depois que a professora se recuperar.
De acordo com o Itatiaia, o Hospital Lifecenter, que realizou a cirurgia, ao ser questionado sobre a investigação do episódio e a assistência prestada à paciente, informou que está em contato constante com Ana Carolina Onésio e que fornece suporte multidisciplinar especializado para garantir a recuperação da paciente.
Confira a nota na íntegra:
"O hospital informa que a paciente necessitou de uma cirurgia complexa proveniente de uma patologia grave, sendo que em sua recuperação ofereceu suporte de uma equipe multidisciplinar especializada, que está acompanhando a recuperação do tratamento no seu domicílio. A administração do hospital ressalta que está em contato constante com a paciente para apoiá-la nesse momento".
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