Ele teria pesquisado na internet 'como cortar orelha de um homem' no mesmo dia em que disse ter sido sequestrado
Vitória Tedeschi Publicado em 07/06/2023, às 10h16
Na última terça-feira (06) a Polícia Civil descobriu ser uma farsa um suposto crime de tortura ocorrido na semana passada, na cidade de Confresa (MT). Foi apurado que a suposta vítima se automutilou para tentar comover sua ex a reatar o relacionamento amoroso.
De acordo com o Banda B, a polícia informou que durante os relatos, ele alegou ter sido sequestrado por quatro pessoas encapuzadas e colocado em um carro. Em seguida, disse ter sido levado para uma região de mata, onde teria tido suas orelhas arrancadas durante uma sessão de tortura.
Minutos após o episódio de agressões, disse ele, os suspeitos o abandonaram na região central de Confresa, a cerca de 1.050 km de Cuiabá. Um homem chegou a ser investigado sob a suspeita de ter envolvimento no sequestro, segundo a Polícia Judiciária Civil do Mato Grosso (PJC).
No entanto, como disse ao jornal O Globo, o delegado Victor Donizete de Oliveira Pereira notou constantes contradições em depoimentos do homem que fizeram os agentes desconfiarem da versão dele.
Ele primeiro narrou que teria sido capturado por quatro homens e levado para uma região de mata. Depois, disse que teria se envolvido com uma mulher casada e que o marido dela teria ido atrás dele, torturado e cortado orelhas dele sozinho. Depois deu outras versões mentirosas. Testemunhas próximas a ele disseram que o homem costumava mentir muito. Não tinha credibilidade nenhuma. Chegamos à conclusão que ele estava mentindo porque estava com vergonha de assumir o que fez", afirma o delegado.
A polícia também apurou que o homem fez pesquisas relacionadas à automutilação no mesmo dia em que ele disse ter sido sequestrado: "Como cortar orelha de cachorro"; "como cortar orelha de um homem" e "quais os perigos".
"No mesmo dia, à noite, ele se automutilou e dois dias depois procurou a polícia relatando ter sido vítima de tortura. A Delegacia da Polícia Civil empregou vários policiais na investigação devido à gravidade da denúncia", divulgou a PJC.
O suspeito pode ser condenado a até oito anos de prisão por denunciação caluniosa.
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