Prefeito de São Caetano é acusado de pagar mais de R$ 250 em 210 gramas de biscoito; entenda

Feijão branco, de R$ 10,69 o quilo por R$ 58,63 o pacote com 500 gramas. Tem também biscoito sem glúten, pacote de 210 gramas de R$ 35,79 por R$ 259,92. Outra acusação contra o prefeito de São Caetano do Sul, José Auricchio Júnior (PSDB), é a compra do suco de maracujá. De R$ 7,39 por R$ 25,33.

O caso já está com o Ministério Público para ser apurado. A denúncia é da vereadora Bruna Biondi (PSOL). A empresa que ofereceu os produtos é a Tegeda Comercialização e Distribuição Ltda, que já foi acusada de fornecer produtos fora da data de validade.

De acordo com a denúncia da vereadora Bruna Biondi, a Prefeitura, em 2023, ao comprar os itens da Merenda, diferente do habitual, comprou, não por quilo, mas itens cujos preços foram apresentados por gramas, ressaltando as marcas dos produtos.

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Levantamento sobre os principais produtos mostra preços fora da realidade do mercado, a diferença entre o preço pago pela Prefeitura e o valor que se encontra em qualquer mercado pode chegar a 99%.

Na tabela enviada ao MP, o orégano, por exemplo, um pacote com 200 gramas, em 2020 foi comprado por R$ 92,95 e neste ano, o valor dos mesmos 200 gramas passou de R$ 140,00. Um pacotinho com 100 gramas de queijo ralado, em 2020 custou R$ 82,20 e neste ano foi para mais de R$ 120,00.

Segundo Bruna Biondi, o contrato firmado com a Prefeitura proíbe de forma clara o reajuste dos preços antes dos doze meses de contrato. Na denúncia ao MP, ela explica que os reajustes foram feitos quando o contrato ainda tinha nove meses.

A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de São Caetano ignorou os pedidos de explicação encaminhados pela reportagem. Mesmo comportamento da empresa Tegeda, que não respondeu às mensagens enviadas. Esta empresa já tem problemas registrados. Um deles, segundo a reportagem apurou, está relacionado à venda de produto vencidos.

No portal Reclame Aqui há dezenas de reclamções contra a fornecedora que tem negócios com o prefeito José Auricchio.

O Ministério Público foi procurado e também não respondeu à reportagem. O caso já está sob investigação, mas não há novidade. Em 2013, a mesma empresa esteve envolvida em um caso de suspeita de fraude em licitação no município de Catanduva, interior paulista.