Diário de São Paulo
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ARTE

Masp celebra a diversidade com novas exposições que prometem surpreender

Masp abre ao público três novas exposições sobre a diversidade LGBTQIA+, abordando temas de gênero, identidade e espiritualidade

Museu de Arte de São Paulo - Imagem: Reprodução / Instagram @catherineopiestudio
Museu de Arte de São Paulo - Imagem: Reprodução / Instagram @catherineopiestudio

Sabrina Oliveira Publicado em 04/07/2024, às 10h22


O Museu de Arte de São Paulo (Masp), na capital paulista, abre ao público nesta sexta-feira (5) três novas exposições que exploram o tema Histórias da Diversidade LGBTQIA+, escolhido pela instituição para este ano.

A primeira exposição é da artista norte-americana Catherine Opie, um dos principais nomes da fotografia contemporânea internacional. Chamada Catherine Opie: O Gênero do Retrato, a mostra ficará em cartaz até o dia 27 de outubro e apresenta 63 fotografias de suas séries mais emblemáticas, desenvolvidas ao longo de mais de três décadas. A curadoria é de Adriano Pedrosa e Guilherme Giufrida. Opie é uma pioneira na discussão sobre questões de gênero, retratando diversas expressões e subjetividades de indivíduos e coletivos queer. O curador Giufrida destaca que a artista transformou sua experiência social em imagens que dialogam com a tradição do retrato na história da arte, subvertendo essa tradição ao trazer discussões sobre corpo, sexualidade e identidade.

A segunda mostra, Lia D Castro: Em Todo e Nenhum Lugar, estará em cartaz até o dia 17 de novembro e é a primeira exposição individual da artista e intelectual Lia D Castro em um museu. Com curadoria de Isabella Rjeille e Glaucea Helena de Britto, a mostra apresenta 36 obras, a maioria pinturas figurativas que exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação são ferramentas de transformação social. Lia trabalha com diversas mídias e utiliza a prostituição como meio de comunicação para investigar questões relacionadas à masculinidade, cisgeneridade e branquitude. Seus clientes, majoritariamente homens brancos e heterossexuais, participam ativamente da criação das obras, sugerindo como gostariam de ser retratados e até assinando as pinturas. O processo criativo de Lia é coletivo e marcado por escolhas afetivas e colaborativas.

A última mostra, dedicada aos trabalhos da artista visual, pastora, cantora, escritora e compositora Ventura Profana, pode ser vista até o dia 18 de agosto na sala de vídeo do museu. Com curadoria de David Ribeiro, a exposição apresenta quatro vídeos inéditos que representam o pensamento espiritual, religioso e filosófico da artista. Ventura Profana trabalha com linguagens múltiplas, como audiovisual, música e intervenções artísticas, buscando ressignificar os símbolos e valores da doutrina cristã para combater a visão opressora e fetichista que explora corpos negros e travestis. A artista pastora utiliza sua arte para divulgar a teologia da transmutação, transformando violências e sentimentos de desprezo em bases para a construção de uma nova vida.

Além das exposições, o Masp promoverá um bate-papo com Ventura Profana e o curador David Ribeiro no dia 17 de julho, às 19h, em seu canal no YouTube. Mais informações sobre as três mostras podem ser obtidas no site do museu, que oferece entrada gratuita todas as terças-feiras e na primeira quinta-feira do mês.

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