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Crime

Mãe de jovem que matou melhor amiga diz que a filha não deve nada; relembre o caso

A jovem que matou a melhor amiga em 2020, em Cuiabá (MT), foi expulsa do curso de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic

Mãe de jovem que matou melhor amiga diz que a filha não deve nada; relembre o caso - Imagem: reprodução Twitter
Mãe de jovem que matou melhor amiga diz que a filha não deve nada; relembre o caso - Imagem: reprodução Twitter

Manoela Cardozo Publicado em 17/02/2024, às 20h25


A mãe da jovem envolvida no trágico incidente que resultou na morte de Isabele Guimarães Rosa em 2020, afirmou que sua filha "não deve nada para ninguém".

Conforme informações do Metrópoles, recentemente, a jovem foi expulsa do curso de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, localizada em Campinas (SP).

A mãe da estudante prometeu não deixar a situação passar em branco, revelando que a filha já enfrentou outras reações negativas.

Um episódio relatado pela mãe ocorreu quando ainda moravam em Cuiabá. Durante uma ida ao salão de beleza, a jovem foi chamada de "assassina" por uma cliente enquanto se preparava para uma festa.

A decisão de expulsar a estudante foi tomada após a faculdade receber uma denúncia ao Comitê de Compliance, alegando que a presença dela causava instabilidade no ambiente acadêmico. A São Leopoldo Mandic realizou uma investigação interna e concluiu que a permanência da aluna representava um risco à reputação e à imagem da instituição. Apesar da expulsão, a jovem ainda tem a opção de recorrer da decisão.

A faculdade destacou a necessidade de preservar sua reputação e imagem, principalmente considerando o valor do curso de medicina, que chega a cerca de R$ 13 mil mensais.

Segundo informações, uma aluna do quinto ano de medicina, residente em Cuiabá, disse à faculdade que a estudante havia sido condenada por homicídio, o que resultou em rejeição por parte dos colegas de turma.

Isabele Ramos Guimarães, uma adolescente de 14 anos na época, foi fatalmente baleada pela sua melhor amiga em 12 de julho de 2020, em uma residência localizada em um condomínio de luxo em Cuiabá (MT). O incidente resultou em um tiro no rosto de Isabele. Ambas as jovens tinham a mesma idade na época.

A amiga que disparou a arma, praticava tiro esportivo junto com sua família e afirmou que o disparo foi acidental, embora tenha negado qualquer brincadeira com a arma da família. Posteriormente, foi descoberto que a arma estava ilegalmente em posse do pai da suspeita.

Em setembro do mesmo ano, a Polícia Civil de Mato Grosso concluiu que o disparo que atingiu Isabele não foi acidental e indiciou a jovem por ato infracional semelhante a homicídio doloso. Ela foi detida por cerca de 18 meses em uma unidade para menores infratores.

Em 2022, após um recurso, a qualificação do crime foi alterada para ato semelhante a homicídio culposo, indicando a ausência de intenção de matar, o que possibilitou que a jovem respondesse em liberdade pela morte. Em julho de 2023, a Justiça de Mato Grosso encerrou o processo de execução da medida socioeducativa da adolescente.

A juíza Leilamar Aparecida Rodrigues, da 2ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, explicou que o processo foi encerrado após o cumprimento total da medida de liberdade assistida imposta à adolescente.

A magistrada também observou que a jovem estava prestes a atingir a maioridade e demonstrou interesse em buscar novos objetivos longe do ambiente associado à reincidência em infrações. Após 1 ano e 5 meses de detenção no Complexo do Pomeri, na capital do estado, a adolescente foi liberada. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o período de internação não pode exceder três anos.
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