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QUEIMADAS

São Paulo tem recorde de queimadas em 14 anos

Entre janeiro e julho, São Paulo registrou quase 2000 focos de queimadas, o maior número em 14 anos

Imagem ilustrativa - Imagem: Reprodução / Freepik
Imagem ilustrativa - Imagem: Reprodução / Freepik

Sabrina Oliveira Publicado em 26/07/2024, às 09h30


De 1º de janeiro a 25 de julho deste ano, o estado de São Paulo registrou o maior número de queimadas dos últimos 14 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Até as 16h da quinta-feira (25), foram 1.649 focos de incêndio detectados por satélite no estado desde o início do ano. No mesmo período de 2023, foram 705 focos, mais do que o dobro do que os deste ano. Os registros de 2024 só não ultrapassaram os de 2010, quando foram 2.118 ocorrências.

César Soares, meteorologista da Climatempo, explica que os paulistas enfrentam um período de clima seco com temperaturas altas, e que a estiagem começou mais cedo, em maio.

Vimos os volumes de chuva do estado paulista diminuindo rapidamente. E se a chuva diminuiu, o calor aumentou. Desde maio, São Paulo vem registrando temperaturas altas, fora dos padrões e de forma persistente. Foram episódios de ondas de calor e veranicos que também auxiliaram no aumento do número de queimadas", detalhou.

Neste ano, as cidades que aparecem no topo do ranking de queimadas são:

  1. Jaú (26)
  2. Itapeva (24)
  3. Campinas (21)
  4. Mogi Mirim (17)
  5. Piracicaba (17).

A área atingida até o momento em 2024 representa 60% de Mata Atlântica. De 1º de janeiro a 25 de julho do ano passado, as cinco cidades com mais incêndios foram:

  1. Itapeva (18)
  2. Tejupá (16)
  3. Paranapanema (14)
  4. Ubirajara (11)
  5. Botucatu (10).

Apareceram empatadas com 10 focos de incêndio Itaberá, Martinópolis e Morro Agudo. Do total de queimadas de 2023, 52% das ocorrências foram na Mata Atlântica e 48% no Cerrado.

O Corpo de Bombeiros de São Paulo atuou em 26.012 ocorrências de combate a queimadas no estado de 1º de janeiro a 25 de julho, mais do que o dobro de casos registrados no mesmo período do ano passado, quando foram 11.960. No entanto, o número de focos de incêndio é maior. Os registros não contabilizam casos em que as brigadas municipais e empresas realizam o combate e não chegam a acionar a corporação. Os dias de maiores incidências são domingo e sábado, respectivamente. Segundo as estatísticas dos bombeiros, os piores horários vão das 12h às 20h.

Todas as cidades de São Paulo estão classificadas como seca fraca, moderada, extrema ou severa, segundo o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Na terça (23), a cidade de São Paulo registrou a tarde mais seca em quase três anos, com 13% de umidade relativa do ar por volta das 13h, segundo a Climatempo e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O último registro parecido havia sido em 23 de novembro de 2021. Também na terça, a capital paulista foi a mais seca do país, à frente de Cuiabá (15%), Campo Grande (18%), Goiânia (21%), Porto Velho (21%), Belo Horizonte (23%) e Brasília (25%). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), índices abaixo de 60% de umidade relativa do ar são inadequados para a saúde humana.

Na quinta (25), o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da prefeitura de São Paulo informou que a umidade do ar apresentou valores próximos aos 30%. Ainda na capital, os próximos dias seguem com madrugadas frias e tardes quentes, em função da permanência do bloqueio atmosférico em todo o estado. Nesta sexta, as condições do tempo não mudam. "Madrugada com poucas nuvens e termômetros na marca dos 13°C. O predomínio de sol no decorrer do dia faz a temperatura subir até os 27°C, enquanto os menores percentuais de umidade do ar se mantêm abaixo dos 30% na maior parte dos bairros paulistanos", informou CGE.

O fim de semana também será marcado por tempo aberto e seco durante o dia. As taxas de umidade do ar devem ficar abaixo dos 30%. Com relação ao abastecimento de água, o Portal dos Mananciais, que atualiza a situação todos os dias, aponta que o Sistema Cantareira, responsável por levar água a milhares de moradores, está com o nível de 63%, o que é considerado bom para a época do ano.

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