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Brasileiro membro da Yakuza é preso em SP; motivo é bárbaro

Alexandre Hideaki Miura foi detido pela Polícia Militar após condenação por atrocidade cometida no Japão

Brasileiro membro da Yakuza é preso em SP - Imagem: Divulgação / PM-SP
Brasileiro membro da Yakuza é preso em SP - Imagem: Divulgação / PM-SP

Marina Milani Publicado em 12/03/2024, às 08h04


Um brasileiro previamente acusado de ligação com a Yakuza, a máfia japonesa, foi preso neste domingo (10) pela Polícia Militar (PM) de São Paulo, após ter sido condenado pela Justiça brasileira pelo sequestro e morte de um empresário no Japão, em 2001. A Yakuza é conhecida por suas atividades ilícitas, que incluem jogos de azar, tráfico de drogas, prostituição, agiotagem e extorsão.

Em 2022, Alexandre Hideaki Miura foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado por participação no crime de extorsão mediante sequestro com morte, juntamente com três brasileiros e cinco japoneses associados à Yakuza. O grupo é acusado de se disfarçar de trabalhadores da construção civil para sequestrar, agredir, atirar e enterrar Harumi Inagaki, em Nagoya, no Japão.

A vítima sofreu golpes com tacos de beisebol, golfe e chave de rodas, além de ter sido baleada duas vezes. Sua esposa, Takako Katada, também foi baleada no pescoço pela quadrilha, mas sobreviveu.

Os criminosos colocaram o corpo de Harumi dentro de um barril cheio de cimento, que foi posteriormente jogado em um rio da cidade. O cadáver só foi descoberto pelas autoridades japonesas depois que parte dos investigados confessou o crime.

Harumi era proprietário de casas noturnas e, segundo as investigações, também estava envolvido com a Yakuza. Ele foi morto por vingança, devido a desavenças com a organização criminosa, e o grupo decidiu extorquir dinheiro dele e de sua família.

A máfia japonesa contratou os brasileiros para ajudar no plano. Dois deles foram identificados pela polícia japonesa: Alexandre e Marcelo Yokoyama. Após o crime, eles extorquiram dinheiro da família da vítima e retornaram ao Brasil.

Como a legislação brasileira não permite a extradição de cidadãos nacionais que cometem crimes, as autoridades japonesas enviaram o processo traduzido para o português para que a investigação contra Alexandre e Marcelo continuasse com a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça Federal em São Paulo.

Prisão e histórico

Alexandre, também conhecido como Bu-Yan ou Jumbo no Japão, foi preso pela PM neste final de semana na Zona Leste de São Paulo. Marcelo, apelidado de Indian, também foi preso em 2017, mas posteriormente teve sua prisão relaxada e, em seguida, condenado juntamente com Alexandre após cinco anos de processo.

O brasileiro detido tem 46 anos e enfrentará as consequências legais decorrentes de seu envolvimento no crime. A operação foi conduzida à Superintendência Regional da Polícia Federal, conforme informado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Do grupo de cinco japoneses da Yakuza acusados, um deles, Kasuyua Kyotani, foi condenado e está preso no Japão.

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