Tensões religiosas aumentam em Jerusalém após incidente

Marina Roveda Publicado em 05/10/2023, às 08h01

Um incidente ocorrido em Jerusalém tem gerado indignação e aumentado as tensões religiosas entre as três religiões abraâmicas na cidade sagrada. Um vídeo divulgado nesta quarta-feira (04) mostra judeus ultraortodoxos, segurando folhas de palmeira para rituais do feriado judaico de Sucot, cuspindo no chão próximo a uma procissão cristã. A cena, capturada por um repórter do jornal Haaretz, mostra um grupo de estrangeiros iniciando sua peregrinação pela Cidade Velha, região que abriga concomitantemente o local mais sagrado do Judaísmo, o terceiro santuário mais importante do Islã e significativos locais cristãos.

As autoridades detiveram uma pessoa neste episódio, e outros quatro suspeitos também foram presos por cuspir em igrejas. Um dos detidos foi acusado de agressão, enquanto os outros quatro foram acusados de conduta desordeira ilegal. O porta-voz da polícia não divulgou a identidade deles, apenas informou que um é menor de idade. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, condenou a atitude, e os cristãos, em sua maioria palestinos, associaram o aumento do vandalismo e dos ataques anticristãos ao governo de extrema-direita de Netanyahu.

Esses incidentes têm gerado preocupações sobre a crescente intolerância religiosa em Israel, o que parece violar o compromisso declarado do país com a liberdade de culto e a proteção dos lugares sagrados. Israel dominou Jerusalém Oriental em 1967 e posteriormente a anexou, um movimento não reconhecido internacionalmente. Atualmente, existem cerca de 15 mil cristãos em Jerusalém, a maioria deles palestinos que se consideram vivendo sob ocupação.