Policiais italianos são flagrados espancando brasileira em plena luz do dia

O Ministério Público de Milão anunciou hoje a abertura de um inquérito para investigar a conduta de quatro policiais italianos que foram flagrados por câmeras de segurança espancando uma mulher brasileira de 41 anos, na última quarta-feira (24).

Vídeos mostram os agentes batendo na mulher com cassetetes e borrifando spray de pimenta no rosto dela, desarmada e já no chão. Após as inúmeras agressões, a mulher foi algemada com o rosto no asfalto.

De acordo com a imprensa italiana, atualmente, a investigação é baseada no relatório feito pela polícia local. Vítima, policiais envolvidos e testemunhas devem ser ouvidos e também serão recolhidas as imagens das câmeras de segurança da região, além de vídeos registrados por moradores do bairro onde aconteceu a abordagem.

Cônjuges são excluídos da herança: reforma no Código Civil gera polêmica

O que significa 'casca de bala'? Expressão viralizou recentemente nas redes sociais

Com base na reforma judicial Cartabia, a vítima tem até 90 dias para apresentar uma denúncia. Caso contrário, a investigação será fechada com uma declaração de improcedência, segundo o UOL.

A brasileira é natural de Fortaleza e mora em Milão há 29 anos, é transgênero e conhecida como Bruna. Segundo a versão dos policiais, a abordagem teria acontecido pois ela teria tirado a roupa no meio da rua, o que a vítima nega, mas admite que estava alterada:

"Sou um tipo muito agitado, bebi na noite anterior e tinha fumado um baseado. Mas, não fiz nada de mal para ninguém, não agredi ninguém", afirmou.

A brasileira disse que estava sentada e levantou os braços pedindo para os policiais não a agredirem. "Ao invés disso, deram golpes na minha cabeça, do lado, na minha cabeça de novo. Me senti tratada como um cão. Pedi para não me baterem, só a mulher agente foi gentil comigo", relatou.

"Tinha medo que eles me batessem mais. Me escondi atrás de um canteiro de flores, mas eles me acharam. É uma história feia, tenho medo que me aconteça alguma coisa se falar demais".

Veja o vídeo da abordagem: