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Impunidade

Justiça brasileira nega extradição de Robinho à Itália; entenda o motivo

O ex-jogador foi condenado a nove anos de prisão pelo envolvimento em um estupro coletivo

Justiça brasileira nega extradição de Robinho à Itália; entenda o motivo - Imagem: divulgação Santos FC
Justiça brasileira nega extradição de Robinho à Itália; entenda o motivo - Imagem: divulgação Santos FC

Nathalia Jesus Publicado em 03/11/2022, às 11h01


A Justiça brasileira acaba de negar o pedido de extradição de Robinho à Itália, local onde o ex-jogador de futebol foi condenado a nove anos de prisão pelo estupro de uma jovem de 22 anos em 2013.

De acordo com a apuração da rede italiana Ansa, a negativa foi feita com base na proibição de extradição de cidadãos brasileiros prevista no artigo 5° da Constituição Federal.

Mesmo com a recusa, é possível que Robson de Souza, o Robinho, possa cumprir a sua pena em solo brasileiro.

O requerimento do Ministério da Justiça italiano foi protocolado e divulgado no início de outubro, nove meses após a determinação da sentença de Robinho pela Suprema Corte da Itália.

O UOL Esporte entrou em contato com Jacopo Gnocchi, advogado da vítima no caso, que informou que a decisão não é nenhuma surpresa, mas espera que medidas sejam tomadas por parte do governo brasileiro:

"Essa era uma resposta previsível. Conhecíamos a Constituição brasileira, mas o que nos sensibiliza é que nesse caso específico um instrumento que deveria defender o cidadão foi usado como escudo para fugir da condenação e para obter impunidade. Agora esperamos que a pena seja executada no Brasil, mas sem que haja a necessidade de se fazer um outro processo para isso".

No processo, Robinho e seu amigo Ricardo Falco foram sentenciados pelo estupro de uma mulher albanesa em 22 de janeiro de 2013.

Com 22 anos de idade à época, a vítima alegou ter sido embriagada por Robinho e mais cinco amigos do ex-atacante que estavam em uma balada de Milão.

Segundo apontaram as investigações do Ministério Público, após a jovem se encontrar "inconsciente e incapaz de se opor", o grupo teria a levado para o camarim do local e praticado "múltiplas e consecutivas relações sexuais com ela".

Sem saber que o seu telefone havia sido grampeado, em uma ligação para o amigo Jairo Chagas, Robinho comenta sobre o ocorrido com desdém: "Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu".

Ainda durante a ligação, o jogador confessa que também se aproveitou do estado crítico da jovem albanesa em uma situação de sexo oral. Jairo Chagas afirma ter visto o ex-atacante do Milan "colocar o pênis dentro da boca" da vítima, então Robinho menospreza o ato: "Isso não significa transar".

Os outros quatro amigos do ex-jogador envolvidos no caso não foram localizados pela Justiça italiana, portanto não puderam ser formalmente processados.

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