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‘Muito difícil ver o assassino da família cheio de vida’, diz pai de vítima de chacina na Espanha

“É muito difícil você ver o assassino da sua família todo cheio de vida”. Wilton Diniz Américo, pai de Janaína, desabafou em entrevista à TV Cabo Branco sobre

‘Muito difícil ver o assassino da família cheio de vida’, diz pai de vítima de chacina na Espanha
‘Muito difícil ver o assassino da família cheio de vida’, diz pai de vítima de chacina na Espanha

Redação Publicado em 24/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 13h27


Wilton Diniz Américo, pai de Janaina Diniz, morta por Patrick Nogueira, vai depor no julgamento em Pioz por videoconferência.

“É muito difícil você ver o assassino da sua família todo cheio de vida”. Wilton Diniz Américo, pai de Janaína, desabafou em entrevista à TV Cabo Branco sobre o julgamento de François Patrick Nogueira, assassino confesso de Janaína Diniz, do marido dela, Marcos Nogueira, e dos dois filhos do casal, que teve início nesta quarta-feira (24) em Guadalajara, na Espanha. Patrick Nogueira está preso desde outubro de 2016, quando se entregou às autoridades espanholas.

Wilton Diniz Américo é uma das testemunhas de acusação que vai depor no processo do Brasil, por meio de videoconferência, nesta quinta-feira (25). A transmissão acontece na sede do Ministério Público Federal na Paraíba, em João Pessoa. Para ele, Patrick Nogueira foi covarde ao fazer o que fez com primos e com seus tios.

“Mesmo preso, mas cheio de vida. Você ver um assassino de sua família cinicamente dizendo as razões, porque motivo não houve. Não tem motivo”, lamentou o avô das crianças assassinadas.

Wilton Diniz Américo, pai e avô das vítimas de chacina na Espanha, desabafou sobre punição a Patrick Nogueira — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

Wilton Diniz Américo, pai e avô das vítimas de chacina na Espanha, desabafou sobre punição a Patrick Nogueira — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

Dois anos e cinco dias depois de sua prisão, François Patrick Nogueira, assassino confesso de seus tios e dois primos pequenos em um chalé da cidade de Pioz, na Espanha, começou a ser julgado em um júri popular nesta quarta-feira (24), que segue pelos dias 25, 26, 29, 30 e 31 de outubro. O primeiro dia de julgamento é destinado apenas para depoimento de Patrick Nogueira.

Começa hoje o julgamento do paraibano Patrick Nogueira na Espanha

Começa hoje o julgamento do paraibano Patrick Nogueira na Espanha

O destino do jovem, agora com 21 anos, é decidido por cidadãos espanhóis até o dia 31 de outubro, data para leitura do veredicto. O julgamento acontece em Guadalajara. Segundo a Agência EFE, Patrick Nogueira chegou à audiência por volta das 7h15 (horário local) em um carro da Guarda Civil.

Patrick Nogueira está preso na Espanha desde outubro de 2016, quando se entregou às autoridades espanholas e confessou ter matado os tios e dois primos, de 1 e 4 anos de idade, em um chalé na pequena cidade de Pioz em agosto de 2016. Desde então, o acusado e réu confesso segue aguardando pelo julgamento.

Marvin com acompanhamento psicológico

Percival Henriques, pai de Marvin Henriques Correia, que é acusado de participação em um dos homicídios na chacina de Pioz, quebrou o silêncio e afirmou em entrevista que acredita na empatia do filho. Para ele, Marvin Henriques ficou em uma situação delicada por ter uma amizade muito forte com Patrick Nogueira, assassino confesso da família brasileira morta na Espanha.

“Minha preocupação maior, quando eu soube das questões, era pelo fato dele não ter se abalado, se expressado, denunciado o crime, mas depois eu entendi que haviam dois sentimentos: o sentimento de que o amigo seria preso, perderia o amigo, e o distanciamento com as pessoas que foram vítimas. Ele jamais participaria daquilo ao vivo, pela internet passou a ser um ‘jogo’ ou uma postagem qualquer”, avisou.

Ainda de acordo com Percival Henriques, o jovem paraibano que responde como cúmplice do crime na Espanha está em acompanhamento psicológico de forma a “resgatar a humanidade que a gente espera de todo mundo, que é de se sensibilizar quando vê uma questão”.

“Não acho que havia alguma coisa que o Marvin pudesse fazer para interferir, o crime já estava decidido e, em sua psicopatia, ele [Patrick] mandou para algumas pessoas para contemplar isso”, explicou.

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