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INTERNACIONAL

Maduro assina lei que anexa território de Essequibo à Venezuela; entenda

A chamada de Lei Orgânica para Defesa de Essequibo foi promulgada na última quarta-feira (3)

A chamada Lei Orgânica para Defesa de Essequibo foi assinada na última quarta-feira (3) pelo presidente Maduro - Imagem: Reprodução/Instagram @nicolasmaduro
A chamada Lei Orgânica para Defesa de Essequibo foi assinada na última quarta-feira (3) pelo presidente Maduro - Imagem: Reprodução/Instagram @nicolasmaduro

Ana Rodrigues Publicado em 04/04/2024, às 07h59


Na última quarta-feira (3), Maduro promulgou em uma cerimônia no Parlamento, a Lei Orgânica para a Defesa da Guiana Essequiba redigida após um referendo interno, que foi realizado dia 3 de dezembro, para ratificar a soberania sobre o território reclamado pela Venezuela há mais de um século.

De acordo com o UOL, a lei contemplava a criação do estado de Guiana Essequiba, que seria governado da cidade de Tumeremo, no estado venezuelano vizinho de Bolívar, a cerca de 100 quilômetros da área reivindicada.

O presidente Irfaan [Ali] não governa a Guiana, a Guiana é governada pelo Comando Sul, a CIA e a ExxonMobil, e não estou exagerando, controlam o Congresso, dois partidos que fazem maioria, governo e oposição, controlam totalmente as forças de defesa guianesas, as forças policiais", comentou Maduro.

Após a aprovação desta lei, em 21 de março, a Guiana expressou "grave preocupação" ao considerar que incorre em uma "violação flagrante de sua soberania".

A disputa centenária pelo Essequibo cresceu em 2015, após a descoberta de reservas petrolíferas pela companhia americana ExxonMobil.

As tensões, que acarretaram preocupação regional por uma eventual escalada, se acentuaram após o referendo.

Duas semanas após a consulta, os presidentes Ali e Maduro se reuniram em um primeiro tête-à-tête, no qual ambos os governos concordaram em não realizar ameaças, nem utilizar a força para resolver a disputa.

Em março deste ano, Maduro e Ali voltaram a coincidir durante um encontro da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em São Vicente e Granadinas, onde o venezuelano insistiu em uma "solução pacífica".

Além disso, na última quarta-feira (3), Nicolás Maduro denunciou a instalação de "bases militares secretas" dos Estados Unidos em Essequibo, região rica em petróleo em Caracas disputada com a Guiana.

Temos informação comprovada de que, no território de Guiana Essequiba, administrado temporariamente pela Guiana, instalaram bases militares secretas do Comando Sul, núcleos do Comando Sul e núcleos da CIA", disse o presidente venezuelano.

De acordo com Maduro, as bases foram concebidas "para preparar agressões à população de Tumeremo e para preparar agressões às populações do sul e do oriente da Venezuela, e para se preparar em uma escalada contra a Venezuela".

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