O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), expressou sua visão sobre o governo da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, classificando-o como um "regime muito desagradável" com um "viés autoritário", mas sem considerá-lo uma ditadura. Durante uma entrevista à Rádio Gaúcha, Lula reconheceu as dificuldades que o país vizinho enfrenta, mas afastou-se da ideia de rotular o governo venezuelano como uma ditadura tradicional.
"Não acho que é uma ditadura. É diferente de ditadura. É um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura como conhecemos nesse mundo", afirmou.
Sobre a crise política na Venezuela, Lula sugeriu que novas eleições ou a formação de um governo de coalizão poderiam ser alternativas para resolver os problemas do país. Entretanto, ele preferiu aguardar a decisão da Suprema Corte da Venezuela sobre o resultado das eleições, nas quais Maduro foi declarado reeleito, apesar das alegações de fraude por parte da oposição, que afirma que seu candidato obteve 67% dos votos.
O presidente brasileiro também enviou seu assessor especial, Celso Amorim, para acompanhar o processo eleitoral na Venezuela. Lula relatou que houve tentativas iniciais de impedir a viagem de Amorim ao país.
"Quando o Celso Amorim ia viajar pra Venezuela, eu fui informado que eles tinham pedido para o Celso Amorim não ir pra Venezuela. Mandei comunicar eles que se ele não pudesse ir, eu ia comunicar a imprensa que a Venezuela estava impedindo. Aí deixaram ir", comentou.
Lula afirmou não acreditar que haja um risco iminente de guerra civil na Venezuela, observando que os países vizinhos estão dispostos a colaborar para encontrar uma solução pacífica para a crise. Além disso, o presidente brasileiro se mostrou em desacordo com a nota oficial do PT que reconheceu a vitória de Maduro, enfatizando que a responsabilidade de resolver os problemas da Venezuela deve recair sobre os próprios venezuelanos.
