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EUA

Homem é executado por asfixia com gás nitrogênio, após ter sobrevivido a tentativa de injeção letal

Alan Miller foi declarado morto nesta quinta-feira (26) às 18h30, no horário local

Homem é executado por asfixia com gás nitrogênio, após ter sobrevivido a tentativa de injeção letal - Imagem: Reprodução / Departmento de Correção do Alabama
Homem é executado por asfixia com gás nitrogênio, após ter sobrevivido a tentativa de injeção letal - Imagem: Reprodução / Departmento de Correção do Alabama

William Oliveira Publicado em 27/09/2024, às 09h01


Nesta quinta-feira (26), o estado do Alabama executou Alan Miller, de 59 anos, utilizando asfixia por gás nitrogênio, marcando a segunda ocorrência desse método na história dos Estados Unidos. A primeira execução dessa natureza foi realizada em janeiro deste ano.

Durante o procedimento, uma máscara foi colocada sobre a cabeça de Miller, forçando-o a inalar nitrogênio puro. Esse método tem gerado polêmica e foi criticado pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde sua primeira aplicação, que, segundo especialistas da organização, infringe a proibição contra tortura e outras formas de punições cruéis, desumanas ou degradantes.

Alan Miller havia sobrevivido a uma tentativa anterior de execução por injeção letal em 2022, que fracassou após as enfermeiras não conseguirem localizar uma veia adequada após mais de uma hora de tentativas.

Condenado à pena capital por assassinar três homens em tiroteios consecutivos em seu local de trabalho em 1999, Miller era motorista de caminhão de entregas. Na manhã de 5 de agosto daquele ano, ele entrou na empresa onde trabalhava e matou dois colegas, com idades de 28 e 32 anos. Em seguida, dirigiu aproximadamente 8 km até outra empresa onde havia trabalhado anteriormente e assassinou um terceiro homem, de 39 anos.

Durante o julgamento, uma testemunha afirmou que Miller apresentava comportamento paranoico e acreditava que seus colegas estavam espalhando rumores sobre ele. Inicialmente, Miller alegou insanidade para justificar sua inocência, mas posteriormente retirou essa alegação.

Ainda no julgamento, o psiquiatra da defesa atestou que Miller tinha problemas mentais, porém não graves o suficiente para fundamentar uma defesa baseada em insanidade, conforme documentos judiciais. Os jurados levaram apenas 20 minutos para condenar Miller e recomendar a pena de morte por uma votação de 10 a 2.

Às 18h30, no horário local, Alan Miller foi declarado morto. Ele se contorceu na maca por cerca de dois minutos antes de começar a respirar com dificuldade e, em seguida, ficar imóvel. Em suas últimas palavras, que foram parcialmente abafadas pela máscara de gás azul, Miller declarou:

"Eu não fiz nada para estar aqui", disse Miller, que também pediu para seus familiares cuidarem de alguém não especificado.

Miller foi o último dos cinco prisioneiros executados nos EUA em um intervalo de uma semana, um aumento incomum que contrasta com a tendência recente de declínio no uso e no apoio à pena de morte no país.

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