Parte dos cerca de 40 brasileiros que ficaram escondidos por três dias dentro do bunker de um hotel em Kiev, capital da Ucrânia, lembraram nesta terça-feira
Redação Publicado em 02/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h52
Parte dos cerca de 40 brasileiros que ficaram escondidos por três dias dentro do bunker de um hotel em Kiev, capital da Ucrânia, lembraram nesta terça-feira (1º), ao chegar ao Brasil, do medo que tinham de ser atingidos por tiros, bombas e até mísseis quando precisavam ir ao banheiro.
Isso porque o banheiro fica do lado de fora do bunker em estavam acomodados, no subsolo do hotel. A sala onde ficaram tem pouca iluminação, carpete, cadeiras e parece um espaço comum de reuniões, mas é protegida por paredes mais grossas, que poderiam impedir o impacto de balas e explosões.
Bunkers são abrigos contra ataques inimigos, herança do período em que a região pertenceu à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), antigo estado que originou a república da Rússia (saiba mais abaixo).
O grupo de brasileiros e dois estrangeiros que estavam no bunker do hotel em Kiev conseguiu sair da Ucrânia no sábado (26). Antes, eles tinham gravado um vídeo que viralizou nas redes sociais. Nele, pediam ajuda às autoridades brasileiras, como o Itamaraty e embaixada brasileira, para deixarem o local com segurança.
Atletas estavam entre brasileiros que pediam ajuda para deixar a Ucrânia — Foto: Reprodução/ Instagram
“Quando a gente saía do bunker pra ir no banheiro, a gente ouvia os barulhos, toque de sirene toda hora, quanto mais tempo passava, mais era difícil sair”, contou o fisioterapeuta Luciano Rosa, do Shakhtar Donetsk, time de futebol ucraniano, ao falar com jornalistas no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
“A gente escutava bomba o tempo todo quando saía do bunker para ir ali fora, no banheiro. Escutava barulho de tiro e, ao mesmo tempo, a gente acompanhava na internet: ‘[Os russos] estão chegando em Kiev’.”
A guerra na Ucrânia teve início na última quinta-feira (24), quando tropas do exército da Rússia invadiram o país vizinho. Um dos motivos para o ataque é que os russos não querem que os ucranianos integrem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que é liderada pelos Estados Unidos.
Luciano, que chegou a gravar um vídeo explicando como são as acomodações do bunker (assista abaixo), viveu ao lado do filho, o jogador Gustavo Marques, de 19 anos, algumas das maiores emoções das suas vidas: a de terem sobrevivido a uma guerra.
“A bomba acho que caiu bem longe, mas deu para ver o clarão e escutar o barulho. A gente não sabia se eles [russos] estavam em Kiev já, então a gente estava com muito medo de sair”, falou Gustavo, que disse ter visto muitos ucranianos civis armados e aeronaves sobrevoando o local. “Pessoas com fuzis… Eu consegui ver avião militar assim… caindo.”
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G1
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