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GUERRA

Brasileiros aguardam liberação para deixar a faixa de Gaza pela fronteira egípcia

São 28 brasileiros que solicitaram assistência para deixar a faixa de Gaza

Brasileiros aguardam liberação para deixar a faixa de Gaza pela fronteira egípcia - Imagem: reprodução Twitter@NexoJornal
Brasileiros aguardam liberação para deixar a faixa de Gaza pela fronteira egípcia - Imagem: reprodução Twitter@NexoJornal

Lillia Soares Publicado em 17/10/2023, às 14h18


Neste domingo (15), os cidadãos brasileiros na faixa de Gaza enfrentaram mais um dia de ansiedade enquanto aguardavam a oportunidade de sair da zona de conflito entre Israel e o Hamas. Havia a expectativa de que pudessem atravessar a fronteira em direção ao Egito durante o dia, mas a autorização para a saída ainda não foi concedida.

No total, são 28 brasileiros que solicitaram assistência para deixar a faixa de Gaza, divididos em dois grupos. Dez deles estão aguardando em Rafah, que fica a apenas 1 quilômetro da fronteira com o Egito, enquanto outros 18 estão em Khan Yunis, para onde foram transportados por um ônibus alugado pela Embaixada Brasileira na Palestina. A prioridade da viagem era garantir a segurança dos brasileiros durante o percurso.

Segundo as informações do embaixador brasileiro na Palestina, Alessandro Candeas, a viagem dos brasileiros não pôde ser realizada na sexta-feira (13) devido a um atraso na chegada do ônibus. Além disso, a falta de luz durante a noite teria aumentado o risco, uma vez que poderiam estar sujeitos a perigos, incluindo possíveis bombardeios, se tentassem se deslocar no escuro.

Nós temos uma missão e um critério. A missão é retirar os brasileiros. E levá-los até a fronteira para que eles pudessem atravessar a fronteira em segurança. Qual é o critério da execução desse plano? A segurança. A segurança dos brasileiros”, disse Candeas.

Os brasileiros já estão no Sul de Gaza por um período um pouco superior a 24 horas, e a atmosfera é uma combinação de alívio e preocupação.

Hasan Rabee, um brasileiro residente em São Paulo que viajou para Gaza a fim de visitar parentes, faz parte do grupo de 28 pessoas que buscaram auxílio diplomático do Brasil. Ele relatou que Khan Yunis não tem capacidade para acomodar um grande número de pessoas.

O sistema de resgate ainda não está funcionando. Há pessoas feridas correndo na rua. Não sei se dá para ouvir, mas infelizmente está muito difícil. As bombas caem por todos os lados, as casas na esquina foram completamente destruídas, tem bastante gente ferida, morta, e não dá para resgatar ninguém”, contou.

O cenário semelhante pode ser observado em Rafah, que é a cidade mais próxima da fronteira egípcia. Ela se encontra abarrotada de indivíduos de diversas nacionalidades, sobretudo cidadãos americanos que recebem apoio do governo dos Estados Unidos para tentar atravessar a fronteira de forma independente.

Conforme informações do portal g1, o governo brasileiro está avaliando duas alternativas de saída pela fronteira egípcia: uma via o Aeroporto de Al Arish, que fica a aproximadamente 53 km da faixa de Gaza, e a outra através do Aeroporto do Cairo, que está a cerca de 350 km de distância.

Até o momento, a segunda opção é considerada a mais viável. O avião oficial da Presidência da República encontra-se em Roma, Itália, aguardando a devida autorização para seguir a rota planejada.

Aguardamos apenas a abertura da fronteira e a autorização do governo egípcio. E quando os brasileiros passarem pela fronteira, haverá um outro ônibus que vai deslocá-los, e aí as informações ainda precisam ser confirmadas. Espero que a qualquer momento do dia de amanhã (segunda-feira, 16) isso possa ser feito. Mas, de novo, é difícil de prever. O importante é que do nosso lado, estamos prontos”, disse Candeas.
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