Países ocidentais correm para finalizar a retirada de milhares de pessoas do Afeganistão nesta quarta-feira (25), de olho na chegada do prazo final de 31 de
Redação Publicado em 25/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h47
Países ocidentais correm para finalizar a retirada de milhares de pessoas do Afeganistão nesta quarta-feira (25), de olho na chegada do prazo final de 31 de agosto para a saída das tropas estrangeiras e sem sinal de que os novos governantes do Talibã vão permitir uma prorrogação.
Em uma das maiores pontes aéreas, os Estados Unidos (EUA) e seus aliados já retiraram mais de 70 mil pessoas, incluindo seus cidadãos, funcionários da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e afegãos em perigo, desde 14 de agosto, um dia antes de o Talibã chegar à capital Cabul para encerrar 20 anos de presença militar estrangeira.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que as tropas norte-americanas no Afeganistão enfrentam um perigo crescente, e agências de auxílio alertam sobre uma crise humanitária iminente para a população que fica para trás.
Biden disse que seu país está a caminho de cumprir o prazo, acertado por meio de um acordo firmado com o grupo islâmico no ano passado, para encerrar a guerra mais longa dos EUA.
“Quanto mais cedo conseguirmos finalizar, melhor”, disse Biden na terça-feira. “Cada dia de operações traz riscos adicionais para nossas tropas.”
Duas autoridades norte-americanas, que pediram anonimato, disseram que é cada vez maior a preocupação com o risco de homens-bomba do Estado Islâmico no aeroporto.
O secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, afirmou que o prazo final para a retirada dura até o último minuto do mês.
Dezenas de milhares de afegãos que temem perseguição se aglomeram no aeroporto de Cabul desde que o Talibã tomou o poder.
Muitas pessoas se reuniam diante do aeroporto – onde soldados dos EUA, do Reino Unido e de outras nações estavam tentando manter a ordem em meio à poeira e ao calor – nesta quarta-feira,na esperança de conseguir sair.
Elas carregavam sacolas e malas repletas de pertences e acenavam com documentos para soldados que poderia lhes franquear a passagem. Algumas seguravam crianças pequenas.
“Soube por um e-mail de Londres que os americanos estão retirando pessoas, é por isso que vim, para poder ir ao exterior”, disse um homem chamado Aizaz Ullah.
Embora o foco seja as pessoas que tentam fugir, o risco da fome, de doenças e de perseguição aumentará para o resto da população depois que o êxodo caótico do aeroporto de Cabul terminar, dizem agências humanitárias.
“Existe uma tempestade perfeita chegando por causa de vários anos de seca, conflitos, deteriorações econômica agravadas pela covid-19”, disse David Beasley, diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) em Doha.
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REUTERS
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