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COLUNA

O crescente protagonismo da 13ª edição da AQUISHOW BRASIL, a maior feira do setor de aquicultura do Brasil e da América Latina

Da esquerda para a direita o jornalista Alex Bueno, o ex-prefeito de Guarulhos (2009/2016) Sebastião Almeida, o empresário e vereador por Guarulhos Leandro Dourado, o advogado Dr. Márcio Oliveira e a presidente da “PeixeSP” Marilsa Patrício Fernandes. - Imagem: Acervo Pessoal / Márcio J. Oliveira
Da esquerda para a direita o jornalista Alex Bueno, o ex-prefeito de Guarulhos (2009/2016) Sebastião Almeida, o empresário e vereador por Guarulhos Leandro Dourado, o advogado Dr. Márcio Oliveira e a presidente da “PeixeSP” Marilsa Patrício Fernandes. - Imagem: Acervo Pessoal / Márcio J. Oliveira
Márcio José de Oliveira

por Márcio José de Oliveira

Publicado em 21/03/2024, às 05h00


A AQUISHOW BRASIL tem se destacado como a maior feira de aquicultura no país e na América Latina, o evento realizado em São José do Rio Preto/SP, pela Associação de Piscicultores em Águas Paulistas e da União – “PeixeSP”, presidida pela abnegada empresária Marilsa Fernandes, tem se consagrado como o epicentro dos lançamentos das principais tendências e inovações para a Aquicultura Brasileira, o evento tornou-se a maior referência do setor.

Nesta edição de 2024, que ocorrerá nos dias 21, 22 e 23 de maio, a feira estima reunir entorno de 105 marcas expositoras, num espaço coberto de mais de 6.000m2, movimentar mais de 150 milhões e receber mais de 10 mil visitantes “nichados”, ou seja, empresários, empreendedores, autoridades governamentais, técnicos e representantes de entidades ligadas ao setor, que atuam diretamente nos elos e ciclos da cadeia produtiva e comercial da aquicultura no Brasil e na América Latina.

A aquicultura do Estado de São Paulo pode avançar muito na gestão do Governador Tarcísio Gomes de Freitas - Republicanos, o Deputado Estadual Altair Moraes - Líder do Republicanos na Assembleia Legislativa, juntamente com este colunista, vem amealhando conhecimentos sobre os gargalos que inibem o setor de atingir o seu potencial máximo, e já entendemos que a Aquicultura deve ser pautada enquanto política pública estratégica para o desenvolvimento econômico do Estado, senão vejamos:

Urge a necessidade de ampliação e implementação de modelos de negócios, como já ocorre no Paraná, com o sistema de cultivo de tilápia integrado a outras cadeias de proteína animal. Esse modelo incorpora o pequeno piscicultor ao sistema produtivo. Além do significativo potencial agropecuário, o estado conta com um mercado consumidor exponencial e qualificado, e não deve desperdiçar tais qualidades.

O sistema de licenciamento ambiental necessita ser revisto urgentemente, pois tem inibido novos investidores em função de normas e procedimentos que proporcionam insegurança jurídica. Atualmente apenas a capacidade de produção em lagos de hidrelétricas, seja de domínio do estado ou da União, soma mais de 854 mil toneladas já determinadas em portaria da Agencia Nacional das Águas (ANA), sendo assim entendemos que temos a oportunidade no governo paulista de trabalhar para sanar os principais gargalos que impactam a atividade que são de responsabilidade do estado.

O foco em desenvolver políticas e estratégias para uma espécie de peixe, no caso a tilápia, pode ser a melhor forma para se atingir os resultados pretendidos para o setor.

Essa forma de atuação já é praticada em outros países como Chile (grande produtor de salmão) e Noruega (grande produtor de bacalhau). Nota-se que a competitividade destes países no cenário internacional não se dá por serem grandes produtores de diferentes espécies de pescado, mas de apenas uma, bem estruturada, ou seja, espécie que é uma commodity de valor e importância econômica para o país.

O consumidor do Estado de São Paulo considera o pescado uma proteína animal saudável e a tilápia como uma boa opção dentre as espécies por não ter espinha e ter sabor suave. Porém, a média de consumo é bastante baixa. As causas desse baixo consumo podem ser resumidas em o consumidor não ter o hábito de comprar tilápia, o preço ser mais elevado do que outras proteínas animais, o consumidor buscar por produtos de mais fácil preparo e muitos ainda terem dificuldade de encontrar o produto nos locais onde fazem compras de alimentos.

O aumento de investimentos no setor visando aproveitamento integral do pescado (subprodutos) e redução do custo de produção, uma maior produção para atender a demanda do mercado nacional e internacional, melhor distribuição e disponibilidade do produto no ponto de venda, redução no preço do produto final e oferta de produtos processados - visando a praticidade no preparo - são algumas das oportunidades identificadas por meio de alguns estudos.

Aumento do investimento na produção em escala e com tecnologia, para atender um mercado externo crescente e exigente, é uma outra oportunidade aos produtores já participantes dessa cadeia e a novos entrantes. Contudo, a questão da regularidade de volume, qualidade, segurança alimentar e certificações são requisitos indispensáveis a esses fornecedores.

O Estado de São Paulo tem potencial para se tornar o maior estado brasileiro produtor de tilápia, desde que regulamentações e licenças sejam menos burocratizadas, que os impostos incidentes sobre a ração sejam reduzidos ou abatidos, que o produtor invista mais em tecnologia de produção e processamento, que mais estudos sobre consumo e demandas sejam realizados, que a logística seja feita de forma que a qualidade da tilápia seja mantida do produtor ao varejo e que consiga atingir um número maior de consumidores com preço competitivo.

A região pioneira da aquicultura no estado que merece uma atenção destacada é o noroeste paulista, especialmente nas microrregiões de Andradina e Jales, inseridas num contexto histórico de desenvolvimento da atividade junto a três grandes rios, sendo: o Rio Grande, o Rio Paraná e o Rio Tietê, onde foram implantados projetos hidrelétricos, os municípios protagonistas são: (Santa Fé do Sul, Santa Clara d'Oeste, Sud Mennucci, Rubinéia e Ilha Solteira), com números elevados de produção e notado crescimento.

Em geral, a produção aquícola paulista demonstra certa estabilidade no que se refere aos principais municípios produtores. Em 2016, eram 14 municípios responsáveis por 75% de toda a produção do estado; em 2020, esse mesmo percentual foi alcançado pela produção total de 12 municípios, o que revela um imenso potencial à ser desenvolvido por meio de uma sintonia fina e articulada do setor com o governo do Estado de São Paulo.

Por derradeiro, parabenizo a obstinação da presidente Marilsa Fernandes pelo sucesso absoluto da AQUISHOW BRASIL, sobretudo pela sua firmeza de propósito, que apoiada pela sua diretoria, não tem medido esforços para que o setor se desenvolva em sua plenitude; reafirmo o compromisso de auxiliar na interlocução de políticas públicas e ações governamentais, que venham de encontro aos reais e estratégicos interesses do fomento da Aquicultura no Estado.

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