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Sobre tolos e tiranos

Sobre tolos e tiranos - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
Sobre tolos e tiranos - Imagem: Reprodução | Redes Sociais

Marcelo Emerson Publicado em 15/09/2022, às 09h08


Em tempos de polarização política acirrada por disputas eleitorais, tem sido comum ver militantes defendendo a eliminação (real ou simbólica) dos adversários. É fácil perceber que o pensamento totalitário embute uma fraude, simplesmente porque é impossível fazer com que todos pensem de forma totalmente igual.

Vamos fazer um breve resumo sobre as principais correntes ideológicas que são citadas atualmente

A direita tem se resumido ao conservadorismo e ao liberalismo.

Sob um critério referente à possibilidade de mudanças na sociedade, os conservadores aceitam modificações, desde que ocorram por meio de reformas e não com revoluções, de modo a preservar sempre as bases do grupo social, que são identificadas com os valores do pensamento judaico-cristão, transmitidos por séculos, de geração em geração, por meio de educação, costumes e tradições

Os liberais, por sua vez, veem tudo na sociedade a partir de um grande cifrão. Tudo tem valor de mercado., de modo que, se o liberal identifica que o aborto aumenta o PIBou a descriminalização de drogas ilícitas pode gerar mais riquezas materiais, ele topará liberar o aborto e as drogas.

A esquerda como conhecemos hoje se consolida com a luta contra os vícios intrínsecos do sistema capitalista. Seus adeptos entendem que a produção e a circulação de riquezas sempre serão injustas, sendo necessária a criação de mecanismos de correção que realizem a justiça social.

Claro que há nuances, havendo quem veja o capitalismo como um mal em si que deve ser substituído completamente, mesmo que isso seja feito à força, pela revolução. Enquanto outros de linha socialista aceitam participar de eleições e entendem ser possível corrigir as distorções do capitalismo gradualmente. Uns são reformistas; os outros são revolucionários.

Entender que o totalitarismo é naturalmente impossível não se trata de questão de solidariedade, mas de sabedoria e espírito democrático. A democracianão foi criada em laboratórios, mas na peleja incansável da humanidade em toda sua diversidade. As pessoas são únicas e diversas em suas múltiplas individualidades, embora convivam necessariamente em grupos. É tolice pretender que todos adotem um pensamento único. E é antidemocrático. Quem defende a eliminação do polo ideológico contrário é tolo ou tirano.

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