por Marcelo Emerson
Publicado em 02/03/2023, às 07h55
Já se tornou célebre a seguinte frase de Umberto Eco: “A internet deu voz a uma legião de imbecis”. Independente da filiação ideológica do romancista italiano, hoje podemos constatar o acerto de sua declaração.
Não é necessário fazer estudos muito profundos ou amplas pesquisas para constatar que o ambiente cibernético se tornou plataforma para uma verdadeira rede de esgotosensacionalismo barato e desinformação.
Grande parte do conteúdo que é compartilhado nas redes sociais está repleta de postagens violentas ou com notícias falsas, apenas para servirem de isca para o internauta clicar e gerar visualizações que dão a falsa ideia de popularidade de um canal no Youtube, ou perfil no Instagramou Facebook, dentre outras redes sociais.
No dia a dia de quem produz conteúdo digital é sabido que brigas e discussões, ou ainda, ofensas pessoais chamam a atenção do grande público.
Sites, canais ou perfisque optem por não seguir o caminho do conteúdo absurdo, bizarro ou sensacionalista encontram dificuldades no próprio algoritmo das plataformas digitais, pois, ao não conseguirem o acesso fácil conseguido pelas tais “tretas”, têm que “convencer” o algoritmo que o conteúdo de qualidade gera atenção de um público mais qualificado, embora menor do que os canais sensacionalistas.
Produzo um canal no Youtubecuja linha editorial é baseada nas informações a respeito de artistas ligados a um determinado nicho musical, o nicho da música pesada.
Ao contrário dos estereótipos dos fãs de música pesada mostrados na grande mídia, venho desenvolvendo um trabalho que se propõe a revisitar biografias e discografias de bandas seminais do heavy metal e de suas vertentes. Tenho a firme convicção que é possível criar conteúdo de qualidade sem se socorrer do bizarro e do sensacionalismo.
Da mesma forma, tenho encontrado outros produtores de conteúdo que adotam a mesma postura, como o Metal na Lata, produzido por Johnny Z e o Rebel Rocks, do Sergiomar Menezes.
Assim como o meu canal, o Metal Musikast, estes perfis/sites também têm contribuído para fazer de um microcosmo da internet um território livre das legiões de imbecis que infestam as redes sociais.
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