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O capiroto está no hype

O capiroto está no hype. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
O capiroto está no hype. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
Marcelo Emerson

por Marcelo Emerson

Publicado em 30/03/2023, às 09h56


O capiroto está na moda. Sim, um dos traços mais marcantes da era pós-moderna é a cultura anti-cristã. No hemisfério norte já se fala da Europa pós-cristã. Os estados Unidos já enfrentam declínio constante no número de pessoas que se declaram seguidoras de Cristo. Curiosamente, pesquisa realizada pelo Seminário Teológico Gordon-Conwell em 2013 dá conta da diminuição de ateus e agnósticos, o que significa que, de um modo geral, naquela região, as pessoas estão aderindo cada vez mais a crenças espirituais, porém, preferem o paganismo ao cristianismo.

No hemisfério sul há aumento de adeptos do paganismo, mas o cristianismo também segue com forte avanço.

Vários são os fatores que podem explicar esse fenômeno: o avanço do individualismo excessivo nas sociedades ocidentais; uma visão pragmática e triunfalista da religião, que celebra mais as conquistas de bens materiais do que de aperfeiçoamento espiritual; o aumento do contingente de pessoas que veem a moralidade cristã como antiquada e até opressora, além da fragmentação e polarização das sociedades.

Nesse estado de coisas, muitas pessoas tendem a buscar soluções rápidas para suas dores existenciais, o que é prometido em muitas seitas desenvolvidas à margem do cristianismo.

Como consequência, há uma exaltação da figura mitológica do milenar inimigo de Deus. Se Cristo pregava a mansidão; o inimigo propõe que “o mal deve ser pago com mal equivalente”; se o cristianismo consolida a ideia de contenção das más inclinações humana, o inimigo chega com o convite à satisfação das paixões mais mundanas.

Num mundo de pessoas mimadas, individualistas, hedonistas e que querem tudo ao mesmo tempo agora, como competir com as propostas do tinhoso?

Tem circulado nas redes sociais um vídeo projetado nos telões de um show de artista popular brasileiro em que uma imagem do Inominoso propõe com voz de baixo grave que o público se entregue às mais permissivas paixões.

Se antes o capiroto era uma espécie de Panicatdo heavy metal e estampava apenas capas de discos de bandas do estilo para elevar a audiência, agora ele já se sente à vontade para perambular por shows de música popular brasileira. Sim, ele está na moda.

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