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Quem pode salvar o Brasil? O Tite!

Brasília. - Imagem: Divulgação
Brasília. - Imagem: Divulgação
Kleber Carrilho

por Kleber Carrilho

Publicado em 15/10/2022, às 07h05


Todos nós sabíamos que, se houvesse segundo turno, ele seria terrível. E, mesmo faltando mais de duas semanas para o resultado das urnas ser divulgado, dá a sensação de que tudo está pior do que poderíamos imaginar. Em vez do aprofundamento da discussão sobre projetos, propostas e políticas públicas, só se vê o desrespeito ao processo democrático.

Se a guerra fratricida nas ruas ainda não está acontecendo, parece que falta pouco para isso. Empresários ameaçam funcionários, professores são questionados por pais raivosos, ex-ministros do atual governo tocam o terror e apoiadores do ex-presidente deixam de lado qualquer compromisso ético para também atacar com fakenews nas redes.

Esta semana, em Aparecida, um sacerdote chegou a ser vaiado na missa ao falar sobre a fome, além de uma equipe de TV ser atacada e de ter acontecido em rede nacional o sequestro da principal data católica do país.

E isso tudo faz pensar que haverá 31 de outubro, 1° de novembro e o feriado do dia 2. Isto é, o futuro vem aí. Se não houver alguém para liderar o processo de remendar as fraturas, teremos dias muito tensos.

Há um lado armado. Policiais, caçadores, atiradores e colecionadores (os famosos CACs), que majoritariamente estão de um lado, o que farão se forem derrotados? Sairão às ruas para ameaçar? E mesmo antes, se houver a iminência da derrota? O que vão fazer?

Sobre o Congresso eleito, não tenho preocupações. Com raras exceções de ideólogos mais radicais, grande parte dos que conquistaram cadeiras sabe muito bem ficar ao lado de quem ganhar. Afinal, são da turma que faz isso desde sempre.

Preocupa-me o que pode acontecer nos bairros, nas comunidades, nas cidades do interior, todos os lugares em que os que têm a autorização do Estado para usar a violência estejam insatisfeitos com os resultados nas urnas.

Quem vencer as eleições, portanto, tem que pensar no legado que deixará ao país. A opção vai ser fraturar de vez? Ou tentar trazer a ideia do país unido para encarar a Copa do Mundo?

Afinal, a única forma de fazer com que todos estejam de volta no mesmo espírito, por incrível que possa parecer, é o futebol. Se houver uma apresentação competente da seleção do Tite, melhor ainda. E, no caso da conquista do hexacampeonato, o novo (velho) presidente, não importa qual for, vai ter uma lua de mel ainda mais longa para tocar as reformas que quiser.

Mas, para isso, temos que passar vivos pela eleição. E, pelo andar da carruagem, talvez não seja tão fácil. Veremos!

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