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Paris, Zanetti

Zanetti celebra 10 anos do ouro e revela apoio de rival por Paris 2024

Ginasta desafia o tempo e permanece por uma década entre os melhores do mundo a caminho das Olimpíadas de Paris: "Muito gratificante"

Arthur Zanetti - Imagem: reprodução grupo bom dia
Arthur Zanetti - Imagem: reprodução grupo bom dia

Globo Esporte Publicado em 06/08/2022, às 15h29


Na entrada do ginásio de São Caetano do Sul, as fotos de sua maior conquista são um incentivo para mais um treino de Arthur Zanetti. Há exatamente dez anos, ele se tornava o primeiro brasileiro campeão olímpico na ginástica artística. A caminho dos Jogos de Paris, ele recorda o ouro das argolas nas Olimpíadas de Londres e celebra a medalha que lhe abriu portas naquele 6 de agosto de 2012.

Zanetti celebra 10 anos do ouro e revela apoio de rival por Paris 2024

- Em alguns momentos o sentimento aumenta (de carinho pela medalha). Por tudo que passei. São dez anos de uma medalha, e você continua ali, treinando se esforçando, querendo fazer seu melhor. Então quando pego ela é muito gratificante. Depois que recebi a medalha, o Bernard (Rajzman, vice-campeão olímpico do vôlei) me disse: “Vai mudar muita coisa na tua vida”. E foi isso mesmo - contou Arthur.

Arthur Zanetti 10 anos ouro de Londres — Foto: Marcos Guerra
Arthur Zanetti 10 anos ouro de Londres 

O ginasta relembra que o primeiro impacto que sentiu foi uma explosão de seguidores nas redes sociais. Na chegada ao Brasil, não acreditava que precisava de segurança para deixar o aeroporto de Guarulhos, tomado por repórteres e fãs. Patrocinadores e até mesmo o novo ginásio de São Caetano do Sul, inaugurado apenas neste ano, foram legados do ouro de Londres.

Arthur Zanetti conquista ouro inédito para o Brasil nas Olimpíadas de Londres

Dez anos depois, pouco mudou na rotina de Arthur Zanetti. O ginasta mantém uma carga puxada de treinos para continuar entre os melhores do mundo nas argolas. Prata na Rio 2016, foi finalista nos Jogos de Tóquio e aos 32 anos está em seu quarto ciclo olímpico rumo a Paris 2024, algo raro na ginástica.

- Eu não imaginava (estar competindo 10 anos depois do ouro de Londres). Pensava em dar uma pausa na ginástica depois de Tóquio e ir tirando a ginástica devagar. A gente é muito metódico. Perder isso de vez, acho que até faria mal para a mente. Conversei com os amigos e com outros atletas, principalmente com o grego (Eleftherios Petrounias, campeão olímpico do Rio), que é um grande adversário em competições, mas também é um grande amigo. Ele falou: “E aí? Depois de Tóquio você vai parar?” “Estou vendo aqui, talvez eu deva parar. Vou continuar mais um ano e paro.” Ele falou: “Não, cara, vamos para Paris. Eu vou estar em Paris, e você também tem de estar junto lá. Mais um ciclo olímpico”. Depois de Tóquio, tinha de fazer uma cirurgia no ombro direito e recuperei muito bem. Estou sem dor. Não vou dizer que estou 100% da minha força, mas acredito que a gente vai adquirindo durante os treinamentos. Isso me motivou a continuar, além de ser um ciclo mais curto - disse o campeão olímpico.

Ainda entre os melhores do mundo, Zanetti foi campeão pan-americano das argolas no mês passado — Foto: Ricardo Bufolin/CBG
Ainda entre os melhores do mundo, Zanetti foi campeão pan-americano das argolas no mês passado — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Em Paris, Arthur Zanetti vai tentar ser o primeiro ginasta da história a conquistar três medalhas olímpicas nas argolas. E mesmo dez anos depois, recorda com detalhes o ouro que abriu essa jornada em Olimpíadas.

- Estava muito preparado. A gente fez a série milhares de vezes. Ali na final, na hora que eu cheguei na saída eu conseguiria passar magnésio de novo e fazer outra série. Isso é quase impossível fazer. Mas naquele momento estava tão bem que conseguiria fazer isso. Não estava nervoso. Consegui dormir muito bem no dia anterior, descansei. Estava muito tranquilo, sem preocupação nenhuma. Quem deveria estar preocupado era o chinês (Chen Yibing), que era o atual campeão olímpico. Eu só ia fazer minha parte. Fiz a minha rotina normal, só que desta vez não cravei, dei um passinho. Acabou demorando um pouquinho mais para sair a nota. Meu técnico falou: “Não sei se vai dar”. “Vai dar sim! Vai ser ouro, a série foi muito boa!” Aí quando saiu a nota deu lá no ranking que eu estava em primeiro e o chinês tinha ficado em segundo. Aí foi só comemoração - contou Zanetti.

Arthur Zanetti, medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres — Foto: Ronald Martinez / Getty Images
Arthur Zanetti, medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres
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