Aos 18 anos, Gabriel Veron é um atleta considerado precoce. Para o bem e para o mal. Positivamente, a maturidade em campo o coloca como protagonista em partidas do Palmeiras. Negativamente, a exigência física do profissional trouxe consequências. Para 2021, o jogador vai passar por uma nova pré-temporada e um trabalho para diminuir os problemas.
Gabriel Veron, ao lado de Wesley e Zé Rafael, vai realizar nos próximos dias trabalhos individualizados para reforçar a questão física, semelhantes ao que um elenco do futebol de alto nível encontra nos trabalhos de pré-temporada. O atacante ainda terá o perfil físico reanalisado para definir a melhor maneira de trabalho para a atual temporada.
— Há um planejamento para o Veron de fazer uma varredura nos aspectos bioquímicos, hematológicos e biomecânicos. Fazer um planejamento para ele se estabelecer no ponto de vista físico para uma temporada ainda mais promissora do que em 2020 — afirmou Daniel Gonçalves, coordenador científico do Palmeiras.
Gabriel Veron sofreu uma lesão muscular grave no retorno do futebol, em julho do ano passado, após quatro meses de paralisação por conta do início da pandemia de Covid-19 no Brasil. Desde então, pelo calendário apertado e os jogos de peso do Palmeiras, o atacante não houve o tempo necessário para deixá-lo 100% na reta final da temporada.
Esse problema gerou consequências para Gabriel Veron na reta final do ano esportivo e limitou a recuperação com compromissos de três em três dias, na média. Por questões físicas, o atacante perdeu a final da Copa Libertadores contra o Santos e acabou cortado do Mundial de Clubes no Catar; neste período, ficou praticamente um mês sem atuar.
As lesões também surgiram pela precocidade de Gabriel Veron. Campeão mundial sub-17 com a seleção brasileira, o atacante fez algumas partidas pelo sub-20 (inclusive anotando dois gols na final do Paulistão da categoria) e subiu para o profissional no fim de 2019.
Gabriel Veron é o segundo atleta mais jovem a balançar as redes com a camisa do Palmeiras. O primeiro gol veio contra o Goiás, em 2019, com 17 anos, três meses e dois dias. O recordista ainda é Juliano, com 16 anos, 11 meses e 23 dias, no ano de 1998.
Mesmo com um avanço rápido na carreira, Gabriel Veron ainda se encontra no estágio de formação física, psicológica e fisiológica. Esse ponto terá uma atenção ainda maior para um 2021 com menos lesões e ainda maior protagonismo para a revelação palmeirense.
— Nos aspectos fisiológicos, o atleta de 18 anos também é um atleta em formação com ganho de força e potência, embora o Veron seja precocemente desenvolvido e bem trabalhado nas categorias de base. Nas questões físicas, ele é um atleta muito rápido e muito forte, tendo que se adaptar às exigências de jogar entre os profissionais — explicou o coordenador científico palmeirense.
— Veron jogava também com atletas em formação, que ele conseguia tirar vantagem pela questão física. Hoje no profissional ele lida com atletas prontos e igualmente fortes, então ele tem que se adaptar — acrescentou Daniel Gonçalves.