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Opinião: Fim de temporada melancólico para Federer e Nadal deixa futuro incerto

A idade chega. O corpo não regenera como antes. Aos poucos, lendas vão se mostrando cada vez mais "humanos". É verdade que Rafael Nadal sempre conviveu com

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Redação Publicado em 20/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h27


A idade chega. O corpo não regenera como antes. Aos poucos, lendas vão se mostrando cada vez mais “humanos”. É verdade que Rafael Nadal sempre conviveu com lesões e dores que atrapalharam sua carreira. Também é fato que Roger Federer passou a ter dificuldades com o físico desde o problema no joelho em 2016. Mas o encerramento da temporada atual antes do US Open, como anunciado pelos dois, tem tons de melancolia e deixa os fãs de tênis com a dúvida mais uma vez ecoando na cabeça: talvez possa ser o fim.

Mas quem conhece a dupla “Fedal” sabe que não funciona assim para eles. Há cinco anos, uma situação “parecida” aconteceu. Federer lesionou o joelho e ficou seis meses fora, voltando apenas no Australian Open de 2017. Nadal também esteve longe de sua melhor forma e, após jogar as Olimpíadas do Rio no sacrifício, também se ausentou do circuito por conta de um problema no punho. O suíço quase saiu do top 20, enquanto o espanhol ficou perto de deixar o top 10. Tudo parecia jogar contra os dois, que já tinham 36 e 31 anos, respectivamente. Mas não foi bem assim.

Com duas campanhas históricas no Australian Open, Federer e Nadal decidiram o torneio, vencido pelo suíço em uma decisão de altíssimo nível. Esse retorno serve como inspiração e para mostrar que ninguém pode dar os dois como “acabados”. Porém, a realidade não pode ser ignorada. Hoje com 40 anos, Federer não joga mais o tênis de 2017, e vem encontrando dificuldades de conquistar resultados contra tenistas de melhor ranking. Aos 35, Nadal caiu em Roland Garros e também não consegue esconder a queda de intensidade física em jogos de muito desgaste.

Como o próprio Federer disse, “as dores que duravam apenas dois ou três dias, agora não passam depois de duas ou três semanas”. O momento é outro. Não basta querer, se motivar. As duas lendas dependem mais do que nunca de um corpo saudável para jogar. Ainda mais em um circuito onde os mais jovens estão em altíssimo nível. Ausentes no restante da temporada atual, Federer e Nadal vão cair no ranking novamente, o que vai dificultar ainda mais o retorno em 2022, com chaves mais complicadas e confrontos de peso logo cedo.

Mas, apesar do saudosismo e do desejo de ver os dois conquistando mais títulos, principalmente de Grand Slam, é necessário entender que não é mais sobre resultados, e sim sobre paixão pelo esporte, por gratidão e por privilégio. Não deles, mas nosso, de ainda podermos assistir o suíço e o espanhol desfilando em quadra.

Federer x Nadal em um dos melhores jogos da história do tênis, em Wimbledon 2008 — Foto: Julian Finney/Getty Images

Federer x Nadal em um dos melhores jogos da história do tênis, em Wimbledon 2008 — Foto: Julian Finney/Getty Images

Depois de tudo que fizeram pelo tênis nas últimas décadas, Federer e Nadal merecem começar 2022 saudáveis e aptos a jogar. Seja quando for, merecem uma despedida do tamanho dos dois para o esporte e para o mundo. Retornem bem ou não, conquistem troféus ou não, uma coisa nada nem ninguém pode mudar: o “Fedal” é interminável.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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