F1 nega pressão comercial para realizar GP da Bélgica em meio à chuva

Em meio a afirmações de pilotos e fãs de que as três voltas do GP da Bélgica realizadas atrás do safety car para que a F1 recebesse a taxa que os promotores do circuito pagam para receber as corridas, o CEO da categoria, Stefano Domenicali, negou que a decisão de mandar os carros para a pista novamente tenha sido tomada por pressão comercial.

– Não, isso não existiu. É por isso que, quando ouço que houve alguma pressão comercial por trás disso, não é verdade, porque quando estamos falando sobre corrida, há responsabilidade, é um processo claro e essas coisas não estão conectadas – afirmou Domenicali em entrevista à Austosport.

Inclusive, o italiano confirmou que mesmo que a corrida fosse cancelada mais cedo, a F1 ainda receberia a taxa paga pelo circuito belga para receber a prova.

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– Absolutamente. É por isso que eu disse para considerar que algo relacionado a uma implicação comercial está errado.

Lewis Hamilton foi um dos pilotos que se manifestou ao dizer que a decisão de correr por três voltas atrás do safety car foi uma farsa. O diretor de corridas da FIA, Michael Masi, negou as declarações do piloto da Mercedes e apontou uma tentativa genuína de realizar a corrida. Domenicali apoia a decisão da Federação Internacional de Automobilismo.

– Para as pessoas, claro, é uma pena, porque é algo que todos querem ver, uma corrida de verdade. Mas acho que as decisões tomadas pelo controle de corrida são absolutamente corretas. Havia o desejo de fazer a corrida. E assim que tive a informação, fui acompanhando qual era a situação ali, surgiu uma janela de possível melhora do tempo para tentar fazer a corrida. Então, assim que reiniciaram vimos que seria impossível. Apesar da decepção para todos, acho que em termos de gestão, foi a coisa certa a fazer – afirma o CEO.

Stefano Domenicali, CEO da F1, e Jean Todt, presidente da FIA, no GP da Hungria de 2021 — Foto: Dan Istitene – Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Sobre os fãs que pagaram o ingresso, mas não puderam ver uma corrida completa, Domenicali diz que não é possível controlar a chuva.

– Infelizmente não controlamos o tempo. Duas voltas ou voltas nenhuma, houve um investimento… Então não é uma questão de voltas. A direção de prova tentou realizar a corrida dentro do possível. Mas é preciso levar em consideração a segurança de todos. Eu sou o primeiro a ficar decepcionado, porque amo corridas, mas sempre há condições em que se torna impossível fazê-lo.

Michael Masi, diretor de provas da FIA, na torre de controle do GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps — Foto: Reprodução/Twitter

Além de chamar de farsa, Hamilton pediu à F1 que devolvesse o dinheiro dos fãs que ficaram na chuva esperando para que a corrida tivesse início. Domenicali afirmou que vai conversar com os promotores da corrida para ver o que pode ser feito.

– É algo que podemos conversa com os organizadores. Não somos nós que vendemos os ingressos, mas podemos pensar em algo, algum tipo de recompensa. Mas com certeza vamos pensar em algo para os fãs – diz.

Domenicali comentou ainda a impossibilidade de realizar a corrida nesta segunda-feira, como fazem algumas categorias americanas quando chove.

– Não apenas por logística, mas por diversas razões, não dá para realizar a corrida no dia seguinte. Claro que consideramos isso, mas não foi possível – desabafa o CEO.

As expectativas para o GP da Bélgica, depois da classificação que teve o inesperado George Russell garantindo o segundo lugar no grid de largada ao lado do pole position Max Verstappen, não se concretizaram.

A chuva forte que caiu no Circuito de Spa-Francorchamps neste domingo paralisou a prova por mais de três horas e a Fórmula 1 decidiu interromper a disputa após duas largadas e uma volta válida, com vitória de Verstappen e metade dos pontos aos dez primeiros. Com isso, Russell conquista seu primeiro pódio da carreira, em segundo; Lewis Hamilton é o terceiro.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.