Experiente e mais regular, Felipe Jonatan vê atual elenco na história do Santos: “Nada tira o orgulho”

Mesmo com três presidentes diferentes e salários atrasados, Peixe foi à final da Libertadores

A atual temporada do Santos foi como uma montanha-russa de emoções. Impeachment de José Carlos Peres, vice Orlando Rollo assumindo a presidência, eleição, salários atrasados… Mesmo diante de todos os problemas extracampo, o time comandado pelo técnico Cuca chegou à final da Libertadores.

O título, porém, ficou com o Palmeiras. Mesmo assim, o lateral-esquerdo Felipe Jonatan, quem mais entrou em campo pelo Santos nesta temporada, acredita que o elenco ficará na história do clube por ter conseguido superar todos os problemas para fazer história na Libertadores.

– Nada tira o orgulho do que fizemos. Um clube com problemas salariais, problemas de troca de presidente, sem poder contratar… Todas essas dificuldades que tivemos. Chegar a uma final de Libertadores vai deixar esse time marcado.

– Tenho certeza de que daqui a alguns anos, quando estivermos jogando em outro canto, vamos reencontrar amigos e lembrar desses momentos em 2020. Isso vai ficar guardado. Agradecemos também o apoio da torcida, porque eles viram o esforço, viram que perdemos para um rival muito difícil. Tenho certeza que isso tudo vai ficar marcado na história do Santos – disse Felipe Jonatan.

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Aos 23 anos, o lateral-esquerdo do Santos esbanja maturidade. E, também, condicionamento físico. Dos 64 jogos do Peixe na temporada, Felipe Jonatan esteve em 60 – inclusive, em dois disputados no intervalo entre a semi e a final da Libertadores, quando diversos titulares foram poupados.

O lateral-esquerdo acredita que os bons números sejam fruto do condicionamento físico adquirido durante a pausa do futebol por causa da pandemia do novo coronavírus. Durante três meses, Felipe Jonatan treinou de segunda a sábado com um personal trainer. Agora, tem colhido os frutos com a evolução em campo.

– Acredito que a parte defensiva (foi o que mais melhorei). Os números mostram. Se pegar aqui no clube, todo jogo o professor Cuca mostra os números do jogo anterior. Jogamos contra o Corinthians e antes o Coritiba. Na preleção do jogo contra o Corinthians ele mostrou os dados de cruzamento, desarmes, primeira e segunda bolas. Eu estou sempre ali no topo internamente. Acredito que na defesa foi um aspecto que melhorei muito, principalmente com o Cuca. Eu tinha muita dificuldade. Sempre me cobrei muito. Eu sempre tive muita força física – falou Felipe Jonatan.

Felipe Jonatan em treino do Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Para superar todos os problemas extracampo e fazer uma boa temporada, o Santos teve pitadas de um ingrediente importantíssimo: a união dos jogadores.

Apesar de jovem, Felipe Jonatan vai para sua quarta temporada como jogador profissional. Aos 23 anos, afirma: nunca trabalhou em um grupo tão unido quanto o atual comandado pelo técnico Cuca, de quem vai sentir saudade.

– Nessas três temporadas, acredito que foi o grupo mais unido, sim, porque no Ceará mesmo não tinha tanta dificuldade, empecilho, não tinha tanto choque assim, como teve aqui no Santos. Acredito que foi um ano muito conturbado, mas para o futebol, dentro de campo, muito bom. Conseguimos levar a equipe para uma final de campeonato. Queríamos muito esse título, que infelizmente não veio.

– Acredito que sim, (vamos sentir falta do Cuca), porque o ambiente todo do futebol foi em torno dele. Muitos não acreditavam. Tinha torcedores, que se dizem torcedores, que não acreditavam. Muitos acreditavam, mas tinha muito torcedor que dizia que a gente não ia passar da quarta fase da Libertadores (oitavas de final). O Cuca profetizou que íamos chegar à final – completou.

Sem lesão e livre de cartões, Felipe Jonatan será titular mais uma vez do Santos neste domingo, contra o Fluminense, na Vila Belmiro, às 18h15 (de Brasília), pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro.