Diário de São Paulo
Siga-nos

Do Sertão a Tóquio: esperança de medalha nas Paralimpíadas foi dançarino de Frank Aguiar

O jovem e talentoso dançarino Luís Carlos Cardoso não sabia, mas, anos depois de brilhar nos palcos, ele trocaria o forró pelo balanço da canoa dentro d’água.

PARALIMPIADAS
PARALIMPIADAS

Redação Publicado em 24/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h48


O jovem e talentoso dançarino Luís Carlos Cardoso não sabia, mas, anos depois de brilhar nos palcos, ele trocaria o forró pelo balanço da canoa dentro d’água. Diagnosticado com um parasita na medula, o piauiense nasceu para o esporte durante a reabilitação para recuperar parte dos movimentos nas pernas. Desde então, um fenômeno da paracanoagem brasileira despontou internacionalmente, faturou seis títulos mundiais em sequência e se tornou uma das principais esperanças de medalha do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio.

– (Dançar) era a única coisa que eu sabia fazer porque me dediquei muitos anos a isso. Eu saí da minha cidade, em Picos, no Piauí, com 16 anos para dançar profissionalmente – recordou.

Dançarino profissional por nove anos, Luís Carlos contraiu uma esquistossomose, doença transmitida pela água doce, em 2009. Dois anos depois, ele surgiu para o esporte nas sessões de reabilitação e fez da embarcação sua melhor companhia, uma fiel escudeira.

O paracanoísta despontou rapidamente na modalidade e virou o herdeiro da vaga do tetracampeão mundial Fernando Fernandes na categoria KL1 200m. Luís ainda compete profissionalmente na VL2 200m.

Após faturar seis títulos mundiais, Luís Carlos estreou em Jogos na Rio 2016 e bateu na trave. Ele garantiu vaga na final da KL1 200m, mas ficou em 4º lugar, fora do pódio. Três anos após aquele baque em casa, o canoísta recebeu o Prêmio Brasil Paralímpico como melhor nome daquela temporada.

Classificado para Tóquio 2020 após voar no Mundial da Hungria, Luís viu aumentar suas chances de medalha paraolímpica. O canoísta se classificou no caiaque e na canoa, em duas provas diferentes.

– Eu disputo tanto no caiaque, quanto na canoa. Conquistei as vagas nos dois. Estou tentando focar nas duas para poder de alguma forma conseguir subir no pódio nas duas. Não está sendo fácil. Trabalho em dobro, mas eu acredito que, devido ao trabalho que venho construindo com meu técnico Akos, isso vai ter consequência positiva. Eu pretendo que tenha consequência positiva devido toda carga física, psicológica que estou colocando nisso aí. Vamos ver o que vai acontecer em Tóquio – citou o paracanoista.

Luis Carlos Cardoso se classificou à final da KL1 200m nas Paralimpíadas Rio 2016 — Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

Luis Carlos Cardoso se classificou à final da KL1 200m nas Paralimpíadas Rio 2016 — Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

Luis Carlos Cardoso aponta para o céu após competir no Rio — Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

Luis Carlos Cardoso aponta para o céu após competir no Rio — Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

📅 As disputas da paracanoagem brasileira nas águas do Japão começam no dia 2 de setembro com as eliminatórias e seguem nos dias 3 e 4 com as brigas por medalha.

Em Tóquio para as Paralimpíadas, Luis Carlos pede torcida: “Vibração positiva”

.

.

.

Fontes: Ge – Globo Esporte.

Compartilhe