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De Sergio Díaz a Matheus Matias: preparador físico do Corinthians detalha plano de trabalho

O Corinthians completará no sábado, às 19h (de Brasília), diante do Grêmio, na Arena Corinthians, a décima partida disputada no intervalo exato de um mês.

De Sergio Díaz a Matheus Matias: preparador físico do Corinthians detalha plano de trabalho
De Sergio Díaz a Matheus Matias: preparador físico do Corinthians detalha plano de trabalho

Redação Publicado em 17/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h13


Anselmo Sbragia diz que Timão não abriu mão do Brasileiro, mas precisa evitar lesões

O Corinthians completará no sábado, às 19h (de Brasília), diante do Grêmio, na Arena Corinthians, a décima partida disputada no intervalo exato de um mês.

Com um compromisso a cada três dias, o técnico Osmar Loss e o departamento físico chefiado pelo preparado Anselmo Sbragia optaram por poupar titulares em algumas partidas de Brasileirão e apostar nos jogos mata-mata, como de quarta-feira, contra a Chapecoense, pelas quartas de final da Copa do Brasil, quando o Timão venceu por 1 a 0 e garantiu a classificação à semifinal.

Profissional com mais de 15 anos de Palmeiras, com passagem pelo São Paulo e integrante da comissão de Felipão na Copa do Mundo de 2014, Sbragia chegou ao sub-20 do Corinthians em novembro do ano passado. Sete meses depois, foi integrado ao profissional.

Há pouco mais de 70 dias no cargo, ele diz que seria impossível manter a equipe em igual patamar de competição em todos os campeonatos: Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores.

Sbragia, que substituiu Walmir Cruz, falou com o GloboEsporte.com sobre sua forma de trabalho, detalhou os planos para Sergio Díaz e Matheus Matias e garantiu: o risco de lesões é enorme se não houver rotação no elenco.

Leia o papo abaixo:

Anselmo Sbragia trocou o sub-20 pelo profissional do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag Corinthians)

Anselmo Sbragia trocou o sub-20 pelo profissional do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag Corinthians)

GloboEsporte.com: Alguns torcedores criticam a decisão de poupar atletas em jogos do Brasileirão. Hoje, com o volume de partidas, seria difícil abraçar todos os torneios?
Anselmo:
 – Isso não é só Corinthians, existem outras equipes também disputando as três competições. Temos que usar este artifício. Fazemos avaliações bioquímicas diárias praticamente, um controle para saber qual atleta está apto. Os problemas são queda de rendimento e lesões, que no mínimo tira de 21 a 30 dias um atleta de combate. Jogamos no Chile na quarta-feira, retomamos para jogar em Chapecó, com viagens seguidas, jogos com 76 horas um do outro, e no sábado serão só 67 horas para o jogo do Grêmio. É muito apertado. Não estamos abrindo mão do Brasileiro, apenas tendo um cuidado pontual com as competições eliminatórias para conseguir conciliar performance, desempenho e prevenção de lesões.

O grupo tem atletas em fim de carreira, como Sheik e Danilo, e jovens começando a vida, como Carlos e Léo Santos. Como é feito o trabalho para cada um?
– O Corinthians tem uma estrutura física e humana de trabalho espetacular. O trabalho multidisciplinar em todas as áreas facilita para deixarmos os atletas no melhor rendimento físico e técnico. Cada um tem seu trabalho individualizado, nos preocupamos a cada treino em direcionar, fazer um relatório da como chegam e como saem, com monitoramento de frequência cardíaca, distâncias, sprints. De uma forma específica você direciona o treinamento para cada um. Quando observamos desgaste, tiramos do treino. Com os meninos também, quando tem uma carga de trabalho muito alta num dia, aliviamos depois. Ter estrutura dá vantagem numa temporada.

O grupo estava bem acostumado com o Walmir Cruz, que trabalhou no clube desde o início de 2017. A preparação mudou muito com você?
– Pela amizade grande que tenho com o Walmir, já trabalhamos juntos, nossa linha de trabalho é praticamente a mesma. Não houve quebra de metodologia de treinos, houve uma sequência. Obviamente que em alguns momentos você tem alguma mudança sutil de trabalho pelas características que você adquire na carreira, mas são detalhes que gosto de utilizar, principalmente em aquecimentos. Como se joga muito, você não tem tempo para trabalhar praticamente. Costumo colocar algumas valências e detalhes que acredito que o Walmir não tinha essa tendência.

Anselmo Sbragia com seus movimentos no aquecimento: ligeira mudança na metodologia (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag Corinthians)

Anselmo Sbragia com seus movimentos no aquecimento: ligeira mudança na metodologia (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag Corinthians)

Pedrinho virou titular e tem conseguido atuar por 90 minutos. Como avalia o estágio dele?
– Quando um atleta do sub-20 sobe para o profissional, ele encontra um jogo diferente, parece até que é outro esporte, pelo nível de intensidade que o futebol profissional exige. Para o Pedrinho houve um tempo de adaptação, como acontece com todo atleta que sobe do sub-20. Ele se adaptou e hoje faz 90 minutos de uma forma bem intensa, é um atleta mais completo, e vai melhorar ainda com o tempo.

Matheus Matias chegou em fevereiro e pouco jogou. Walmir Cruz dizia que a troca do ABC-RN pelo Corinthians foi impactante para o garoto de 20 anos. Concorda?
– Citando as palavras do Walmir, foi muito brusca para ele a mudança. Ele chegou com os níveis de treinamento muito abaixo do elenco em relação até a meninos da idade dele e teve que se adaptar. Essa adaptação para alguns, vamos botar genética junto, parte nutricional antes de estar aqui, demanda um certo equilíbrio. O organismo humano é muito complexo. Com tudo isso, está demorando para o Matheus atingir a maturação física, que já está bem adiantada. Subiu muito o peso dele nesse processo, ele está chegando num peso adequado para a prática do futebol, está melhorando as valências físicas que o futebol exige em alto rendimento, e a evolução está sendo satisfatória. Se está 100% hoje? Difícil dar um percentual de capacidade física, mas ele está se maturando de uma forma mais adequada e isso dará um bom rendimento para ele.

E como está o trabalho com o paraguaio Sergio Díaz, que não joga desde novembro?
– Ele está num processo final de reabilitação do joelho (direito, que foi operado), realizando trabalhos na parte física. Está com um equilíbrio muscular bem adequado, fisicamente na parte metabólica ele evoluiu muito nesta semana nas avaliações que fazemos, e acreditamos que na semana que vem ele já deva estar integrado ao grupo.

Sergio Díaz e o fisiologista Luciano Rosa no CT do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

Sergio Díaz e o fisiologista Luciano Rosa no CT do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

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