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Cinturão, convite e drama: a resenha dos campeões Deiveson Figueiredo e Charles do Bronx

Descontraído, Charles do Bronx, novo campeão peso-leve do Ultimate, entra na sala de reuniões virtual para falar com Deiveson Figueiredo, dono do título dos

Cinturão, convite e drama: a resenha dos campeões Deiveson Figueiredo e Charles do Bronx
Cinturão, convite e drama: a resenha dos campeões Deiveson Figueiredo e Charles do Bronx

Redação Publicado em 07/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h23


Em bate-papo promovido pelo Esporte Espetacular, brasileiros recordam pesagem tensa e “marcam” viagem juntos depois do UFC 263 para se reencontrarem como campeões do Ultimate

Descontraído, Charles do Bronx, novo campeão peso-leve do Ultimate, entra na sala de reuniões virtual para falar com Deiveson Figueiredo, dono do título dos moscas. E logo ao abrir o microfone para cumprimentar o compatriota, que entra no octógono neste sábado, pelo UFC 263, em Phoenix (EUA), contra Brandon Moreno, pergunta sobre o combate:

– E aí, Deiveson? Pronto para meter a porrada, irmão (risos)? – dispara o mais novo campeão do Ultimate.

A resposta de Deiveson na entrevista gravada na reta final de preparação para o embate é de quem já sente os efeitos da dieta para bater o peso.

– Estou curtindo aquela vibe da dieta, é sempre assim, mas estarei 100% para meter a porrada nesse cara, irmão. Agora não estou doente.

Deiveson Figueiredo e Charles do Bronx possuem cinturões dos moscas e leves, respectivamente — Foto: Editoria de Arte

Deiveson Figueiredo e Charles do Bronx possuem cinturões dos moscas e leves, respectivamente — Foto: Editoria de Arte

Explica-se: Deiveson Figueiredo foi acometido por uma infecção intestinal às vésperas do duelo contra Brandon Moreno, no UFC 256, em dezembro de 2020. O paraense bateu o peso mesmo extremamente debilitado um dia antes do evento e entrou no octógono longe do seu estado físico ideal. O empate por decisão majoritária (um jurado deu a vitória ao “Deus da Guerra” e dois concederam a igualdade) e o bônus de “Luta da Noite” impressionaram Charles do Bronx, que estava no mesmo card e viu de perto o drama.

– O Deiveson estava zoado, mal, eu estava lá, sei disso. Lutou porque é guerreiro, senão não tinha lutado. Nós nos sentamos juntos, eu dei uma abraço nele, mas depois que pesou ficou muito ruim. Eu olhei para o Diego (Lima, treinador) e falei: “Ele está ruim”. O Deiveson levantou, saiu pior do que já estava. Não estou contando por ele estar aqui falando comigo. Não preciso mentir, nem nada. Ele lutou porque tem coração, é brasileiro de verdade. O que ele passou e mesmo assim fez aquela guerra… Não é para qualquer um que lutaria do jeito que ele estava – relata o atleta da academia Chute Boxe Diego Lima, em São Paulo.

A amizade entre Deiveson Figueiredo e Charles do Bronx ficou mais estreita na semana do evento. Naquela ocasião, o “Deus da Guerra” já detinha o cinturão dos moscas, enquanto o paulista vencia Tony Ferguson por pontos e se colocava na condição de próximo desafiante ao título dos leves. O lado fã do paraense, porém, vem bem antes de ambos desembarcarem no UFC.

– O Charles é famoso demais (risos). Acho que eu vi o Charles lutando num evento no Rio de Janeiro, assim por vídeo mesmo, e como eu falei para ele: sempre vi você lutando com os caras muito mais pesados e você sempre finalizava. Quando ele chegou no UFC, eu falei: “Vi ese cara lutando, ele finalizou geral. Vai longe no UFC”. Ele é fera demais. Gosto de me inspirar nos melhores. Aprecio o jiu-jítsu dele e quero encaixar alguma coisa dele no meu jogo – elogiou o peso-mosca que estreou no UFC em 2017, seis anos após Do Bronx.

Deiveson Figueiredo se diverte no papo com Charles do Bronx — Foto: reprodução

Deiveson Figueiredo se diverte no papo com Charles do Bronx — Foto: reprodução

Maior finalizador da história do Ultimate, Charles do Bronx está com a agenda corrida. A fama chegou, definitivamente, após a conquista do título. Em meio às dezenas de entrevistas, tenta dar atenção aos fãs nas redes sociais – bateu 1,2 milhão de seguidores no Instagram -, mas assegura que não perderá o confronto entre Deiveson Figueiredo e Brandon Moreno neste sábado. E compara o “Deus da Guerra” ao ex-campeão de boxe Mike Tyson pelo quesito agressividade.

– O peso-mosca é uma da categoria que eu gosto muito porque é rápida. Mas é difícil ver um cara nocauteador igual o Deiveson, um cara que bate e os caras sentem. Não é porque eu estou na frente dele, não, mas o Deiveson baixa a guarda, toma soco na cara, mete a porrada. Ele fala: “Quer bater? Pode bater, mas você vai aguentar quando for a minha vez de bater?”. Ele acendeu a categoria de novo. Quando o Deiveson entra pra lutar… é como antigamente víamos o Mike Tyson. Ficava esperando a horas, mas quando botava a mão nos caras, acabava. É a mesma coisa com o Deiveson: você não pode piscar. Não tem ninguém hoje na categoria para bater nele. Tem a mão dura, é um cara malandro na parte de chão, faz acontecer. E ainda vende bem a luta, porque os americanos gostam desses “trash talk”, então é uma coisa boa na categoria. O Deiveson é um showman e vai lutar com público na arena agora.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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