Nesta quarta-feira Austrália, Reino Unido e Canadá se uniram aos Estados Unidos e aderiram ao boicote diplomático aos Jogos de Inverno de Pequim 2022. Apesar
Redação Publicado em 09/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h32
Nesta quarta-feira Austrália, Reino Unido e Canadá se uniram aos Estados Unidos e aderiram ao boicote diplomático aos Jogos de Inverno de Pequim 2022. Apesar de o Comitê Olímpico Internacional (COI) minimizar os anúncios, o governo chinês não ignorou a manobra e mostrou tom revanchista ao comentá-la.
– A utilização por parte dos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Canadá da plataforma olímpica para uma manipulação política é impopular e isolacionista. Inevitavelmente (estes países) pagarão o preço de suas ações equivocadas – disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, de acordo com a agência AFP.
– Venham ou não os seus representantes oficiais, os Jogos de Inverno de Pequim serão um sucesso. O esporte não tem nada a ver com a política. Os Jogos Olímpicos são uma grande reunião de atletas e fãs do esporte, não um cenário para que os políticos façam um espetáculo – completou.
Além dos países que anunciaram o boicote diplomático, outros não devem enviar representantes usando a justificativa de evitar viagens desnecessárias devido à pandemia de Covid-19. Mas há quem tenha confirmado presença no evento. Os casos mais relevantes até o momento são os do presidente russo Vladimir Putin e da França, que assegurou que enviará representantes sem especificar cargos.
– Temos que condenar as violações dos direitos humanos na China, porque existem, mas quando trata-se de competições esportivas precisamos ter a atitude adequada – disse o ministro da Educação e Esporte da França, Jean-Michel Blanquer.
Nesta terça, em entrevista coletiva, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse estar tranquilo com a situação, uma vez que as decisões não afetam a participação dos atletas dos respectivos países.
– O COI sempre esteve preocupado com a participação dos atletas nas Olimpíadas, então recebemos bem a confirmação de que esses governos seguirão apoiando os atletas. A presença de oficiais nos Jogos é uma decisão puramente política de cada governo, e a neutralidade política do COI se aplica.
O COI tem enfrentado uma série de críticas de organizações defensoras dos direitos humanos por supostamente acobertar violações em território chinês.
Há denúncias robustas de que cidadãos da etnia uigur, de maioria muçulmana, têm sido aprisionados em campos de trabalho forçado. As condições de trabalho na construção das venues de competição e as dificuldades de acesso impostas a jornalistas estrangeiros também viraram pauta.
No último mês, duas vídeochamadas do COI com a tenista Peng Shuai, que denunciou ter sofrido assédio sexual de um político chinês e passou três semanas desaparecida, também foram citadas como exemplos de que a entidade estaria fazendo vista grossa para abusos e intimidações.
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