O Brasil sofreu muito mais do que em qualquer partida das seis iniciais das Eliminatórias. É óbvio que entra no pacote série de variáveis. Nenhuma Seleção
Redação Publicado em 03/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h00
Para quem esperava evolução em construção de jogadas, ajustes ofensivos e mais do que o habitual pragmatismo da sempre eficiente equipe de Tite, a vitória por 1 a 0 (gol de Everton Ribeiro, na noite de quinta, no estádio Monumental) sobre o Chile – num cartel de dar inveja à freguesa mais fiel, agora com 52 vitórias em 73 jogos – serviu de pouco para além de manter trajetória tranquila rumo ao Catar.
O Brasil sofreu muito mais do que em qualquer partida das seis iniciais das Eliminatórias. É óbvio que entra no pacote série de variáveis. Nenhuma Seleção perdeu tantos titulares – cinco, com Ederson, Thiago Silva, Fred (suspenso, porém), Gabriel Jesus e Richarlison – e nem tantos convocados – total de 12, com a última leva, no retorno de Claudinho e Malcom para a Rússia.
Também entram na conta a posição do adversário, um Chile pressionado e na 7ª posição, a dois pontos da lanterna Venezuela, a presença de 10 mil pessoas no estádio – um combustível a mais – e se justificam as dificuldades da partida.
O Brasil agora tem 21 pontos em sete jogos – segue 100% na competição. No domingo, às 16h, recebe a Argentina na Neo Química Arena, em São Paulo. Na outra quinta, fecha a rodada tripla das Eliminatórias contra o Peru, na Arena Pernambuco, no Recife
Antes de Everton Ribeiro marcar no segundo tempo, o Brasil teve sorte e contou com boas defesas de Weverton – numa cabeçada de Vargas – e uma travada providencial de Alex Sandro aos pés de Aranguíz – depois de ótima enfiada de Arturo Vidal, de boa partida pelo Chile.
Em nenhuma outra partida das sete das Eliminatórias, a Seleção teve menor posse de bola do que o adversário. O máximo que tinha acontecido foi contra o Paraguai, com metade para cada. Contra o Chile, o Brasil teve 39% de posse. Foi também a partida que menos trocou passes (374, contra 577 dos chilenos, número compatível ao normal do Brasil) e mais errou (77%). Mais uma estatística negativa – os números são todos do Sofascore: foi o jogo que mais cedeu chances ao adversário. O Chile tentou 12 vezes o gol de Weverton, embora apenas três tenham ido à meta brasileira.
Por que o Brasil teve tantas dificuldades? É verdade que o Chile imprensou o Brasil no seu campo defensivo. O Brasil até teve duas ou três saídas no contra-ataque, mas nem ficou com a bola para respirar na partida e muito menos encurtou espaços, desarmou chilenos. Aos trancos e barrancos, Vidal e companhia iam colocando bola na área.
O time chegou a fazer linha de cinco defensores na defesa – com Vini Jr bastante recuado, quase como lateral, colado a Isla, o lateral-direito do Chile. Alex Sandro, muito bem na marcação, se preocupava em fechar espaços ao lado de Marquinhos e Militão.
Numa noite em que Neymar, longe da melhor forma física, tinha dificuldades de prender a bola – ao contrário, a perdeu 11 vezes -, Tite mexeu em posicionamento ainda no primeiro tempo trocando Paquetá com Vinicius. Na frente, Gabigol ficava longe de Neymar e sem apoio de Danilo. Ainda conseguiu criar boa jogada para Neymar.
No segundo tempo, o cenário mudou um pouco depois das mexidas de Tite. Gerson entrou no lugar de Bruno Guimarães, que tinha cartão amarelo, e Everton Ribeiro substituiu Vinicius. Mais centralizado, o meia-atacante rubro-negro aproveitou chance com jogo curto depois de escorar passe de Danilo – numa rara subida dos laterais.
Com ímpeto menor dos chilenos, o Brasil controlou melhor a partida nos últimos 20 minutos com faltas – Gerson também levou amarelo, Marquinhos impediu a entrada de Pulgar a um metro da área – e muita proteção na frente da área.
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Fontes: Ge – Globo Esporte.
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