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Análise: defesa, Itaquera e força mental ajudam a resgatar “DNA vitorioso” do finalista Corinthians

Não são só os R$ 50 milhões de prêmio por um possível título. Nem a chance de mais uma taça, agora da Copa do Brasil, que será decidida em dois jogos contra o

Análise: defesa, Itaquera e força mental ajudam a resgatar “DNA vitorioso” do finalista Corinthians
Análise: defesa, Itaquera e força mental ajudam a resgatar “DNA vitorioso” do finalista Corinthians

Redação Publicado em 27/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h01


Timão decide Copa do Brasil após noite única na Arena – vitória sobre o Flamengo parecia certa

Não são só os R$ 50 milhões de prêmio por um possível título. Nem a chance de mais uma taça, agora da Copa do Brasil, que será decidida em dois jogos contra o Cruzeiro, nos dias 10 e 17 de outubro. A vitória do Corinthians por 2 a 1 sobre o Flamengo, nesta quarta-feira, em Itaquera, representa o resgate de uma identidade que andava em crise nos últimos meses.

Quantas vezes nos últimos anos um Corinthians inferior tecnicamente se baseou na raça, na organização tática e na força de sua torcida para arrancar vitórias improváveis?

Esta representa a vitória mais improvável do Corinthians desde a controversa final do Campeonato Paulista contra o rival Palmeiras, na casa do adversário. Com um elenco mais fraco do que o daqueles tempos, a façanha da equipe de Jair Ventura é bastante significativa.

União do elenco no gol de Pedrinho: Corinthians vai a mais uma final — Foto: Marcos Ribolli

União do elenco no gol de Pedrinho: Corinthians vai a mais uma final — Foto: Marcos Ribolli

  • O Corinthians é inferior tecnicamente ao Flamengo, mas quis mais do que o rival. Lutou mais, mostrou gana e deu a sensação de que a classificação era certa;
  • Mesmo depois que sofreu o gol de empate e parecia fraquejar, o time teve força mental para se refazer em campo no segundo tempo, voltar a criar e buscar a vaga;
  • organização defensiva desde a chegada de Jair é notória – o Corinthians sofreu um gol contra, viu o Flamengo rondar a área, mas Cássio fez poucas defesas (e viu uma bola bater na trave) – os cariocas tiveram apenas três chances reais de gol;
  • Arena Corinthians viveu uma de suas noites mais intensas, com mais de 44 mil vozes sabendo que era preciso compensar as deficiências técnicas com uma festa de arrepiar qualquer torcedor.

O Corinthians pode perder a final para o Cruzeiro, mas o “DNA vitorioso” citado por Jair Ventura em sua chegada está de volta. E faz toda a diferença. O clube pode conquistar seu DÉCIMO título na década – e é justamente a Copa do Brasil que falta à galeria de troféus do período.

Quase sem estrelas, Corinthians está a dois jogos de vencer uma improvável Copa do Brasil — Foto: Marcos Ribolli/GloboEsporte.com

Quase sem estrelas, Corinthians está a dois jogos de vencer uma improvável Copa do Brasil — Foto: Marcos Ribolli/GloboEsporte.com

Como o Timão venceu?

O Corinthians entrou em campo ainda buscando a confiança de outros tempos. Claro que já houve melhora significativa (principalmente na defesa) desde que Jair Ventura assumiu o comando da equipe. O emocional, porém, ainda precisava evoluir.

Empurrado pela torcida, o Corinthians finalizou (e marcou!) pela primeira vez na semifinal com Danilo Avelar – em uma jogada trabalhada, treinada no CT Joaquim Grava, com Jadson, um falso nove, recuando para receber e, com visão ampla, encontrar o lateral-esquerdo invadindo a área nas costas de Éverton Ribeiro.

Gol do Corinthians! Danilo Avelar completa cruzamento e marca aos 14 do 1º tempo

Gol do Corinthians! Danilo Avelar completa cruzamento e marca aos 14 do 1º tempo

O Corinthians jogava bem até Henrique desviar contra o próprio gol um cruzamento inofensivo de Pará. Daí em diante, pareceu outro time. Diante de um rival mais técnico, recuou, aceitou a imposição do Flamengo e parou de atacar. Teve apenas uma finalização, a do gol, em 45 minutos.

A saída de Fagner, lesionado, não ajudou. Gabriel foi improvisado na direita e teve dificuldades para conter Diego, que atuou por algum tempo naquele setor. A saída de bola inexistiu com Ralf e Douglas. Jadson, mais à frente, foi quem teve de tentar organizar a equipe.

O segundo tempo, porém, mostrou uma torcida ainda mais atuante, que empurrou o Corinthians ao ataque e, claro, deu força ao pé esquerdo de Pedrinho no chute que venceu Diego Alves e deu a classificação aos alvinegros.

Em dois jogos eliminatórios contra um Cruzeiro que tem um pouco de Corinthians (seguro na defesa – com o “DNA” de Mano Menezes), o Timão entra com chances de surpreender mais uma vez. E manter uma rotina de conquistas que parecia improvável até pouco tempo atrás.

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