Diário de São Paulo
Siga-nos

Afegão compete em Tóquio após operação secreta para deixar Cabul

Foi um 13° lugar com sabor de vitória. Após uma dramática evacuação de Cabul controlada pelo Talibã e uma operação secreta para levá-lo de avião a Tóquio, o

TOQUIO
TOQUIO

Redação Publicado em 31/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h57


Foi um 13° lugar com sabor de vitória. Após uma dramática evacuação de Cabul controlada pelo Talibã e uma operação secreta para levá-lo de avião a Tóquio, o afegão Hossain Rasouli competiu no salto em distância T47 dos Jogos Paralímpicos de Tóquio e ficou na última posição com 4,46m de marca. A prova contou com a participação do brasileiro Michel Gustavo de Deus, que terminou em sexto com 6,55m.

O resultado foi o que menos importou para Hossain Rasouli. Depois que o grupo militante invadiu a capital do Afeganistão, ele e a outra paralímpica afegã classificada para Tóquio, Zakia Khudadadi, se viram presos, sem nenhuma maneira de viajar para o Japão.

No início, parecia que seu sonho paralímpico havia acabado. Um voluntário da Tóquio 2020 carregou simbolicamente a bandeira afegã durante a cerimônia de abertura dos Jogos, sem nenhum atleta no solo para participar.

No fim de semana, porém, as autoridades revelaram que a dupla afegã foi retirada do país com sucesso. Depois de uma parada em Dubai, eles foram levados a Paris e passaram uma semana no centro de treinamento de alto desempenho do ministério do esporte da França antes de voar para Tóquio, onde chegaram na noite de sábado.

A dupla está sendo mantida longe da mídia, com o Comitê Paralímpico Internacional dizendo que os atletas precisam de espaço para se concentrar em seus esportes.

Mas o porta-voz do IPC (Comitê Paralímpico Internacional) Craig Spence disse nesta terça que Rasouli estava “super empolgado por competir hoje”.

Hossain Rasouli acena após competir nas Paralimpíadas — Foto: Carl Court/Getty Images

Hossain Rasouli acena após competir nas Paralimpíadas — Foto: Carl Court/Getty Images

Antes da sua prova, o afegão emergiu da entrada dos atletas com um aceno para os oficiais do time espalhados pelo quase vazio Estádio Olímpico. Rasouli, cuja mão esquerda foi amputada como resultado da explosão de uma mina, então orgulhosamente apontou para o logotipo do Comitê Paralímpico do Afeganistão em seu colete.

O jovem de 26 anos terminou em último, refletindo sua relativa inexperiência na disciplina – foi sua primeira vez no salto em distância em uma competição importante. Ainda assim, Spence disse, “foi ótimo vê-lo” no que foi “uma ocasião muito especial”.

.

.

.

Fontes: Ge – Globo Esporte.

Compartilhe