O café ganhou uma parceira nas lavouras de Minas Gerais e São Paulo: a macadâmia, uma noz que, além de beneficiar o grão com sombreamento e ciclagem de
Redação Publicado em 26/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h47
O café ganhou uma parceira nas lavouras de Minas Gerais e São Paulo: a macadâmia, uma noz que, além de beneficiar o grão com sombreamento e ciclagem de nutrientes, também aumenta a renda do produtor.
A presença da nogueira, árvore que gera a macadâmia, faz com que o cafezal produza 10% a mais e melhora a qualidade da bebida. A noz também lucra com a união, pois a umidade e os nutrientes presentes no solo da cafezal fazem com que ela também amplie sua produtividade.
Além disso, há benefícios para o meio ambiente. Isso porque uma lavoura plantada apenas com café emite a mesma quantidade de carbono que absorve, por isso, é considerada neutra. Já em um hectare em que também há a macadâmia, a absorção, em um ano, pode ser de até 7 toneladas de carbono da atmosfera, diminuindo o impacto no efeito estufa.
O fruto tem origem na Austrália, onde, a princípio, era consumido pelos aborígenes, a população nativa. Contudo, no país, ele não foi tratado como uma cultura comercial e não foi desenvolvido tecnologicamente como planta para cultivo, isso foi feito pelos norte-americanos, no Havaí, já em 1890.
A chegada ao Brasil aconteceu na década de 40, por meio do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que trouxe as primeiras plantas havaianas. A instituição também iniciou o melhoramento genético para que elas se adaptassem ao clima brasileiro, o que levou a 17 cultivares nacionais.
Na lavoura, cada árvore produz conforme a sua idade. Uma de 15 anos, por exemplo, pode gerar 25 kg por safra. Normalmente, a frutificação começa a partir do quarto ano de plantio, com apenas meio quilo. Se o cultivo for junto ao café, esse processo pode ser antecipado em um ano.
Na hora da colheita, basta esperar ela cair no chão e selecionar as que possuem qualidade para chegar ao consumidor e fazer o processo de descascar e a secagem, para que não adquira fungos.
A sua casca recebe o nome de carpelo e também pode ser aproveitada. Quando triturada, ela se transforma em um adubo rico em potássio, que pode ir diretamente para a plantação.
No total, a área de macadâmia plantada no Brasil é de cerca de 8 mil hectares. A cada ano o número aumenta, principalmente nas regiões produtoras de café, como São Paulo e Minas Gerais.
É o caso do agricultor Isaac Gabriel. Ele tem uma área de 250 hectares, em Guaxupé, no sul de Minas, onde planta café e macadâmia de forma separada e em consórcio também. Além disso, ele tem investido na produção de mudas de macadâmia.
O produtor planeja vender 30 mil plantas por ano, ao preço de R$ 20 cada. A comercialização acontece quando o cultivo tem entre 18 a 20 meses.
De acordo com Gabriel, para entrar neste negócio é importante gostar, pois ele diz que é muito difícil, inclusive para o lucro começar a entrar.
O empresário também vê um aumento do consumo da noz no Brasil e pensa em investir na culinária. Seu filho, Pedro, é chef de cozinha e diz que a macadâmia é rica em gordura boa e é muito calórica. Em 100 g são encontradas mais de 700 calorias.
Como sugestão de pratos para o consumo, Pedro conta que dá para substituir a castanha pela macadâmia, ou usá-la no preparo de pão e bolos, principalmente na confeitaria. Mas a noz é
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G1
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