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Nova decisão permite que o BC corte juros mais intensos

Diretores indicados por Lula e Campos Neto favorecem redução, sinalizando possíveis cortes futuros

Banco Central - Imagem: Reprodução | Raphael Ribeiro/BCB
Banco Central - Imagem: Reprodução | Raphael Ribeiro/BCB

Marina Roveda Publicado em 07/08/2023, às 08h01


O corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, foi uma decisão que se desenrolou até o último voto no Comitê de Política Monetária (Copom) e marcou um momento de importância significativa, uma vez que foi o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, quem decidiu o desempate. Essa situação não ocorria no colegiado desde 2007.

A taxa Selic, que estava em 13,75%, passou a ser de 13,25% ao ano com o placar de 5 votos a 4 a favor do corte. Além do próprio Campos Neto, os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino, também votaram a favor da redução, juntamente com Carolina de Assis Barros e Otávio Ribeiro Damaso.

Por outro lado, os quatro diretores que foram derrotados na votação preferiram um corte mais moderado nos juros, de 0,25 ponto percentual. Especialistas estão observando com atenção essa divergência, pois ela pode indicar um caminho para cortes mais substanciais na taxa Selic nos próximos meses.

Para Fabio Louzada, economista fundador da startup Eu me Banco, o corte foi audacioso e sinaliza a possibilidade de futuras reduções mais acentuadas na Selic. Ele também destacou a concordância entre os diretores indicados por Lula e o presidente do BC como um fator importante para as decisões futuras.

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa da Quantzed, observa que essa decisão disputada e surpreendente exige que o ritmo de redução da Selic seja mantido. Para ele, uma desaceleração poderia gerar incertezas no mercado e maior volatilidade.

Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, acredita que essa redução marca o início de um processo que pode levar a Selic a um patamar próximo de 10% até o início do próximo ano. "Acreditamos que o processo de redução dos juros será bastante gradual e que a Selic seguirá em dois dígitos até meados de 2024", afirma ela.

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